História da Igreja Presbiteriana do Brasil I
(1859-1959)
Alderi Souza de Matos
I. Período de Implantação (1859-1869):
Da chegada do Rev. Ashbel Green Simonton, pioneiro do Board de Nova York
(PCUSA), até a chegada dos pioneiros do Committee de Nashville (PCUS):
George N. Morton e Edward Lane.
1833
- 20/01 – Ashbel Green Simonton nasce em West Hanover,
Pensilvânia, filho do Dr. William Simonton e de Martha Davis (filha de um
pastor)
1852
- Após estudos primários e secundários (Colégio de
Nova Jersey), viaja pelo sul dos EUA para adquirir experiência na
área do ensino; por um ano e meio, dirige uma academia para meninos no
Mississipi; seu Diário começa com a narrativa dessa
longa viagem (05-11-52 a 08-07-54). Em 1854, decide tornar-se advogado e
começa a estudar para isso.
1855
- Março: Simonton é alcançado por um reavivamento
em Nova Jersey.
- 06-05 – após um período de luta espiritual, faz
profissão de fé na I.P. Inglesa de Harrisburg, Pensilvânia;
assume os votos feitos pelos pais, que o consagraram ao ministério por
ocasião do seu batismo.
- Ingressa no Seminário de Princeton (fundado em 1812).
- 14-10 – sermão do Dr. Charles Hodge (1797-1878) o faz
pensar seriamente na obra missionária no estrangeiro.
- Através de entrevista com o Dr. J. Leighton Wilson, um dos
secretários do Board of Foreign Missions, considera a Bolívia como
provável campo de trabalho.
1858
- Novembro: Simonton candidata-se formalmente junto ao Board, citando o
Brasil como campo de sua preferência.
1859
- 14-04: ordenado pelo Presbitério de Carlisle; visita o Western
Theological Seminary, em Allegheny, Pensilvânia, para conhecer
Alexander Latimer Blackford (1829-1890), seu futuro cunhado,
também aceito como missionário para o Brasil.
- 18-06: parte no navio "Banshee" para o Brasil, chegando ao Rio em
12-08. Prega em navios e residências de estrangeiros. Troca aulas de
inglês e hebraico por aulas de português. Conhece Robert R.
Kalley (1809-1888) e prega em sua igreja; atrito entre eles é
resolvido amigavelmente (dezembro).
1860
- 22-04 – primeiro culto em português.
- 24-07 – chegada de A.L. Blackford e Elizabeth após
viagem tumultuada (desde 26-04) e angustiosa espera para Simonton.
- Dez-março – Simonton faz primeira viagem de
reconhecimento pelo interior: São Paulo, Sorocaba, Itapetininga, Itu,
Campinas. Prega, visita ingleses e alemães, hospeda-se com liberais,
conversa com padres.
1861
- Abril: Simonton regressa ao Rio. Divergência com
Blackford sobre a localização definitiva da missão (Rio, S.
Paulo).
- 01-05: aluga casa na Rua Nova do Ouvidor, 31.
- 19-05: inicia classe bíblica aos domingos à tarde
(assistência crescente); depois, cultos às quintas e domingos.
Alegre por finalmente poder pregar aos brasileiros e ver os primeiros frutos.
- Setembro: Blackford vai para São Paulo tratar dos preparativos
para mudança da missão (aprovada pelo Board): não encontra
casa. Simonton escreve ao Board sugerindo ocupação dos dois
pontos.
1862
- 12-01: organização da I.P. do Rio de Janeiro com a
presença do Rev. Francis Joseph Christopher Schneider
(1832-1910), recém-chegado (07-12-1861) para trabalhar entre os
imigrantes alemães. Blackford estava em viagem a Minas Gerais: Juiz de
Fora, Barbacena e São João del Rei.
- Profissões de fé: Henry E. Milford (americano, agente
da Singer) e Camilo Cardoso de Jesus (português, primeiro diácono,
batizado na ocasião). Outros membros estrangeiros. O primeiro
brasileiro a professar a fé foi Serafim Pinto Ribeiro (22-06-62).
- Jan-fev: Schneider visita alemães em São Paulo,
Campinas, Limeira, Rio Claro.
- 31-03: Simonton vai para os EUA em "furlough" (mãe doente,
necessidade de literatura). Ao chegar, soube que a mãe falecera
recentemente. Aflige-se com a guerra civil. Prega em igrejas, inclusive na maior
igreja portuguesa de Jacksonville, Illinois.
- 21-07 – George Whitehill Chamberlain (1839-1902) chega
ao Rio com apresentação para Blackford, conhece Horace M. Lane,
vai para Rio Claro visitar Schneider e depois para o Rio Grande do Sul.
1863
- 19-03: Simonton casa-se com Helen Murdoch em Baltimore (era
membro da igreja em que ele trabalhou durante o furlough). Viajam para o Brasil
em 23-05, chegando ao Rio em 16-07.
- Blackford havia recebido 8 novos membros, inclusive Antonio dos Santos
Neves, taquígrafo do Senado e poeta. Seria autor de muitos hinos e
colaborador na Imprensa Evangélica. Blackford também
organizou formalmente a igreja (para poder realizar casamentos).
- Setembro – local de culto transferido para a R. Sete de
Setembro, 102, 2º andar (R. do Cano). Cooperam com Simonton os Revs.
Wagner, da Igreja Luterna, e Richard Holden, agente da Sociedade Bíblica.
- 18-10 – primeiro culto de Blackford em São Paulo
(Gabinete Inglês de Leitura, R. da Constituição). Mantido
por um ano em residências.
- Out-nov: viagem de Blackford ao interior: Campinas, Limeira, S.J. do
Rio Claro, Piracicaba e colônias alemãs. Primeiro encontro com o
Pe. José Manoel da Conceição, que retribui a visita
indo a São Paulo em 01-05-64.
- 29-11: primeiro culto em português, na residência do
inglês William D. Pitt (Rua da Boa Vista, 5; depois Rua da
Constituição/Florêncio de Abreu) e mais tarde na
residência de Blackford, também na Rua da
Constituição.
1864
- Maio – George W. Chamberlain chega ao Rio para auxiliar
Simonton, em resposta a apelo deste; também atua em São Paulo
(capital e interior), até agosto de 1866.
- 28-06 – morte de Helen M. Simonton, nove dias após o
nascimento da filha. 05-07 – criança é batizada (recebe o
nome da mãe) no novo local de cultos, à Rua do Regente, 42A.
- 23-10 – Blackford recebe JMC por profissão de fé
e batismo no Rio. Simonton e Conceição falam após a
cerimônia.
- 25-10 – primeiro número da Imprensa
Evangélica (até 1892). Quinzenal. Gerência: Santos
Neves e Domingos M. Quintana; redação: Simonton, Blackford e
Conceição. Editoriais, estudos, traduções, poesias,
comentários de questões políticas, polêmicas com O
Apóstolo. Grande penetração.
- 21-11 – Simonton envia o bebê para São Paulo.
01-12 – muda-se do Morro do Castelo para a Praia de Botafogo, n° 2.
04-12 – interrompe cultos em inglês.
- Dezembro – reuniões em São Paulo passam a
efetuar-se na R. Nova de São José/Líbero Badaró,
n° 1 (nova residência de Blackford).
1865
- 01-02 – Blackford visita Brotas (10 dias; primeira visita de um
pastor evangélico); março/abril: visita de Simonton e Chamberlain
(10 dias).
- 05-03 – organização da Igreja de São
Paulo: profissão de fé de Antonio Trajano, Miguel
Gonçalves Torres e outros.
- Out-nov: Blackford e Conceição visitam Brotas por vinte
dias; última paróquia de Conceição.
- 13-11 – Blackford organiza Igreja de Brotas: onze
profissões de fé e batismos, inclusive do pai do Rev. Herculano de
Gouvêa (depois também a família Cerqueira Leite).
- 16-12 – Presbitério do Rio de Janeiro
(presbitério primitivo) organizado em São Paulo por Blackford,
Simonton e Schneider (moderador, secretário permanente e
secretário temporário). Três igrejas: Rio, São Paulo
e Brotas. Filiado ao Sínodo de Baltimore. JMC examinado.
- 17-12 – Conceição prega sermão de prova
(Lc 4:18-19) e é ordenado às 17:00 hs. Perguntas por Blackford e
parênese por Simonton (2 Co 5:20).
1866
- 28-02 – primeira viagem missionária de
Conceição: S. Paulo, Cotia, Una, Piedade, Sorocaba, S. Paulo.
2ª viagem: S. Paulo, Sorocaba, Porto Feliz, Capivari, Piracicaba, S.J. Rio
Claro, Brotas (+ Schneider, Chamberlain), Rio Claro, Limeira, Campinas,
Bragança (com Blackford), Atibaia, Juqueri, S. Paulo.
- Junho – São Paulo, Penha, São Miguel,
Jacareí, S.J. Campos, Caçapava, Pindamonhangaba,
Guaratinguetá, Aparecida, Lorena, Queluz, Rezende, Barra Mansa,
Piraí, Rio de Janeiro (28-06).
- 05-07 – 2ª reunião do Presbitério, no Rio.
Chamberlain: exames, sermões (Rm 12:1-5; João 6:29). 08-07:
ordenação; parênese: Simonton; pregou
Conceição. JMC volta para S. Paulo com Modesto P. B. Carvalhosa;
percorre o roteiro sul; vai com Blackford para Brotas (+ de um mês).
- Agosto – Chamberlain vai para os EUA: estuda em Princeton,
casa-se com Mary Annesley, angaria fundos para o templo do Rio.
- 08-09 – chegada do Rev. Emmanuel N. Pires (1838-1896),
natural da Ilha da Madeira. Dinâmico, trabalhou em São Paulo
(capital e interior, especialmente Brotas) e sul de Minas. Não quis
filiar-se ao presbitério. Voltou para os EUA em 1869.
- 31-12 – últimas anotações no
Diário de Simonton: "... Quem me dera um batismo de fogo que
consumisse minhas escórias; quem me dera um coração
totalmente de Cristo."
1867
- Janeiro – Conceição percorre o Vale do
Paraíba até Pinda, acompanhado de Blackford, Miguel Torres e
Antonio Pedro; em fevereiro vai a Minas com Miguel Torres.
- 23-04 – Correio Paulistano publica a "Sentença de
Excomunhão" de JMC. 14-05: resposta de JMC começa a ser
publicada nos jornais (opúsculo de 32 páginas; JAF: "obra prima de
JMC").
- Abril – igreja do Rio muda-se para o Campo de Santana, 39/49
(Praça da República). Térreo: cervejaria; 1º andar:
salão de cultos; fundos: escola paroquial; 2º andar:
seminário e alojamento dos estudantes; 3º andar: residência de
Santos Neves.
- 14-05 – início das aulas no Seminário;
professores: Simonton, Schneider, Wagner; estudantes: Modesto Carvalhosa,
Antonio Trajano, Miguel Torres.
- Maio – JMC visita Santo Amaro e Itapecerica com Miguel Torres;
junho – segue para o Rio (presbitério) e visita vários
subúrbios.
- 11-16/07 – terceira reunião do Presbitério, no
Campo de Santana; leitura de estudos sobre diferentes aspectos da
evangelização.
- 03-08 – JMC enviado aos EUA para tratamento de saúde
(cerca de oito meses); encontra-se com Chamberlain; prega em igrejas portuguesas
de Springfield e Jacksonville, Illinois.
- 19-08 – Rev. Hugh Ware Mackee (1840-77) chega ao Rio; em
janeiro vai para São Paulo, ali ficando até meados de 1870, quando
regressa aos EUA. Ver Lessa, 59,62.
- Novembro – Simonton viaja para São Paulo, doente; chega
no dia 27.
- 09-12 – morte de Simonton. No mesmo mês, Blackford
transfere-se para o Rio e continua com Schneider e Wagner a obra de
educação teológica. Novo estudante, vindo de Brotas:
Antonio Pedro de Cerqueira Leite (professou a fé em São
Paulo). Seminaristas lecionam na escola paroquial.
- Miguel Torres, tuberculoso, vai para Caldas; Antonio Pedro desiste e
completa os estudos mais tarde em outras circunstâncias. Antonio Trajano e
Modesto Carvalhosa foram ordenados em 22-08-70.
1868
- 24-01 – chegada do Rev. Robert Lenington (1833-1903) ao
Rio; 07-02 – vai para São Paulo.
- 17-05 – Blackford organiza a Igreja de Lorena; cinco
pessoas recebidas. Muitas perseguições.
- 05-08/08 – quarta reunião do Presbitério, em
São Paulo: Blackford (ainda moderador), Schneider, JMC e
presbítero William D. Pitt; Chamberlain nos EUA. Recebidos os Revs.
Robert Lenington e Hugh W. Mackee.
- Agosto – Lenington muda-se com a família para Brotas
(primeiro pastor residente).
- Outubro – Blackford vai para os EUA; Chamberlain regressa e o
substitui na igreja do Rio.
1869
- 23-05 – Lenington, acompanhado de E.N. Pires, organiza a Igreja
de Pouso Alegre (Borda da Mata), filha da Igreja de Brotas: 14 adultos e
20 menores.
- 12-18/08 – quinta reunião do Presbitério, em
São Paulo: Blackford (de volta dos EUA), Schneider,
Conceição, Lenington, Mackee. Presbítero William D.
Pitt, que havia se mudado para a região de Brotas, é recebido
como candidato ao ministério. Sermão de prova e homilia: Hb 2:1-3;
Rm 3:19-21; ordenado no dia 16. Presbitério pede ao Board que retire o
Rev. Emmanuel N. Pires do Brasil.
- 01-09 – Blackford organiza a Igreja de Sorocaba: cinco
pessoas.
- Outubro – Chamberlain assume o pastorado da Igreja de
São Paulo.
- Período de Consolidação (1869-1888):
Da chegada dos pioneiros do "Committee" de Nashville
até a organização do Sínodo do Brasil.
1. Primeiros missionários da I.P. dos Estados Unidos (PCUS,
1861):
- Guerra Civil nos EUA (1861-65): vinda de imigrantes do sul para o
Brasil em 1866-67 – Angra dos Reis, Iguape, e principalmente Santa
Bárbara e Vila Americana. Ministros presbiterianos, metodistas, batistas
enviados para dar-lhes assistência. Entre os presbiterianos, William C.
Emerson e James R. Baird. Pioneiros entre os brasileiros, chegados em 1869:
- George Nash Morton (1841-193?): grande educador, fundador do
Colégio Internacional em 1873 (com E. Lane); em 1880 abriu o
Colégio Morton em São Paulo; dois anos depois voltou para os EUA.
- Edward Lane (1837-1892): irlandês, notável evangelista
na região da Mogiana: Santa Bárbara, Itatiba, Mogi-Mirim (igreja
organizada entre 1875-80), Itapira, S.J. da Boa Vista, S.J. do Rio Pardo. Morton
e Lane pertenceram à primeira turma de formandos do Union Seminary, de
Richmond, Virgínia. Fundaram a Igreja de Campinas (1870), cujo templo foi
inaugurado oito anos depois.
- Primeiras missionárias educadoras: Nannie Henderson e Mary
Videau Kirk (Colégio Internacional, 1872). Depois, Nannie trabalhou para
o Board em São Paulo, Itatiba, Botucatu, etc. Em 1882 chegou Charlotte
Kemper (1837-1927).
- John Boyle: inicialmente foi para o Nordeste (Recife, 1873), mas sua
família não adaptou-se ao clima. Estabeleceu-se em Campinas em
1875, onde auxiliou o Dr. Lane na evangelização. Em 1879 fixou-se
em Mogi-Mirim, de onde se tornou o desbravador da Mogiana, Triângulo
Mineiro, noroeste de Minas e Goiás. Conversão da família
Rizzo (Cajuru, SP). Fixou residência em Bagagem/Estrela do Sul em 1887.
Publicou O Evangelista (1889-93).
- Presbitério de S. Paulo: organizado por Morton, Lane, Baird,
Emerson e dois presbíteros americanos em 13-01-1872 (Sínodo de
Virgínia). Duas igrejas: Hopewell (Santa Bárbara) e Campinas.
Ressurgiu em 1887 como Presbitério de Campinas e Oeste de Minas,
sendo membros Lane, Boyle, Dabney, Thompson, Delfino Teixeira e quatro
presbíteros.
- Outros obreiros de Nashville no interior de São Paulo: William
Le Conte: Campinas (1873-75), Recife
(1875-1876= ). John W. Dabney: chegou em
1875, faleceu em 1890; era sobrinho do Rev. R.L. Dabney, teólogo e autor
de compêndios teológicos. George Wood Thompson (1863-1889): chegou
em 1886.
2. Pioneiros do Nordeste (PCUS):
- John Rockwell Smith (1846-1918): estabeleceu-se no Recife (1873);
visitou as principais cidades da região. Publicou
Salvação de Graça (1875-76). Organizou a Igreja de
Recife em 11-08-1878 e preparou os primeiros ministros nacionais do norte, entre
eles João Batista de Lima, José F. Primênio da Silva e
Belmiro de Araújo César (1860-1930), ordenados em 1887.
Também estudou com ele o presbítero William Calvin Porter, seu
cunhado, criado no Brasil. Smith também organizou a Igreja da
Paraíba (1884) e Pão de Açúcar e Maceió
(1887).
- Outros obreiros da PCUS no Nordeste: De Lacey Wardlaw (Fortaleza,
1882); Dr. George W. Butler (São Luís, 1885); Joseph H. Gauss
(Maceió, 1885-86). G.W. Butler: chegou ao Brasil em 1883; atuou no
Maranhão e em Pernambuco; notável evangelista e cirurgião;
morreu em 1919. Um dos frutos do seu trabalho foi Vicente T. Lessa.
- Presbitério de Pernambuco: organizado em 17-08-1888 por J.R.
Smith, De Lacey Wardlaw, J. Primênio, Belmiro César e
presbítero William Calvin Porter.
- Campos da Junta de Nova York:
- Salvador: F.J.C. Schneider (1871-77), Robert Lenington, A.L.
Blackford, John Benjamin Kolb (1884-86). Ali já havia trabalhado o Rev.
Richard Holden (1828-1886), 1862-64. Sergipe: John B. Kolb, 1886-92.
- O "Seminário Primitivo" encerrou suas atividades em 1870. No
período em questão, Modesto P.B. Carvalhosa trabalhou em Lorena,
Campos e Curitiba; Antônio Bandeira Trajano ficou a maior parte do tempo
no Rio; Miguel Torres em Caldas (1872) e Antônio Pedro em Sorocaba (1873).
Os três primeiros eram portugueses. Em 1879 Miguel Torres publicou
À Barra do Evangelho (contra o bispo do Pará).
- Os poucos candidatos ao ministério passaram a ser treinados
por missionários ou ministros nacionais: em 1880, José Zacarias de
Miranda e Eduardo Carlos Pereira, formados principalmente pelos esforços
de John B. Howell, em São Paulo; Manuel Antônio de Menezes: aluno
de Howell, formado em Londres, ordenado em Lisboa (1880). Em 1882, Delfino dos
Anjos Teixeira, aluno dos missionários de Campinas. Em 1885-86,
João Ribeiro de Carvalho Braga, outro discípulo de Howell, e
Caetano Nogueira Jr., discípulo de Miguel Torres.
- J.M. Conceição: voltou dos Estados Unidos e compareceu
às reuniões do presbitério em 1868 e 1869. Retomou suas
viagens evangelísticas como um solitário: não mais teve
companheiros na estrada, não compareceu ao presbitério, nem enviou
relatórios. Morreu no Natal de 1873 (quatro anos depois, seus restos
foram levados para São Paulo).
- Rio de Janeiro: A.L. Blackford à frente da igreja (1867-77);
muitos novos pontos de pregação; terreno da Travessa da Barreira
(futura Rua Silva Jardim) adquirido em 1870: primeira propriedade da IPB;
Presbitério do Rio obteve personalidade jurídica (decreto de
03-10-1872); templo inaugurado em 29-03-1874. Blackford atuou como agente da
Sociedade Bíblica Americana (1877-80), indo depois trabalhar como
missionário do Board na Bahia; faleceu em Atlanta em 1890. James T.
Houston (1847-1929): trabalhou em Cachoeira, BA (1874-77), e no Rio (1877-85).
Dilwyn M. Hazlett (n.1852): igreja do Rio (1877-79), teve uma tipografia, autor
de "Morri na cruz por ti."
- Miguel Vieira Ferreira: engenheiro, ex-espírita, professou a
fé na Igreja do Rio em 1874, acreditava em revelações
diretas de Deus. Disciplinado em 1879, fundou a Igreja Evangélica
Brasileira, levando 27 membros da igreja presbiteriana.
- Nova Friburgo: John M. Kyle (1856-1918): chegou em 1883; Rio
(1885-90), Friburgo (1891-1907); colaborou com a I. Evangélica;
missionário que mais fez pela literatura; auxiliar de J.R. Smith no
Seminário.
- São Paulo: G.W. Chamberlain, pastor da Igreja de São
Paulo (1869-1887) e grande evangelista itinerante. Com a esposa Mary Annesley,
fundou a Escola Americana (1870-71), que passou a ser dirigida pela educadora
Mary Parker Dascomb (1842-1917). Em 1875 foi adquirido o terreno da rua de
São João, esquina da Rua do Ipiranga. O templo da Rua 24 de Maio
foi inaugurado em 06-01-1884.
- O Rev. John Beatty Howell chegou ao Brasil em 1873 e permaneceu dez
anos em São Paulo (1874-84) como auxiliar de Chamberlain, professor na
Escola Americana e preparador de futuros ministros. Morreu em 1924.
- Donald C. Mac Laren (1859-1930): missionário e educador
(professor de teologia); esteve várias vezes no Brasil – 1885-89:
Campanha e S. Paulo; 1912-14: presidente do Mackenzie; 1918: Seminário
Unido.
- Dr. Horace Manley Lane (1837-1912): chegou ao Brasil em janeiro 1859;
professor e comerciante (Petrópolis, Rio, São Paulo). Estudou
medicina nos EUA e voltou a São Paulo em 1885, a convite de Chamberlain.
Foi batizado por Blackford em 26-08. Foi nomeado missionário (1886-87) e
assumiu a direção da Escola Americana.
- Intelectuais: Júlio César Ribeiro Vaughan (1845-90):
filólogo, jornalista e romancista; professou a fé com Chamberlain
em 1870 e lecionou na Escola Americana; autor/tradutor de hinos ("Quero estar ao
pé da cruz") e bom pregador; abandonou a fé. Vital Brasil Mineiro
da Campanha: professou a fé em São Paulo em 1882; foi
excluído em 1888.
- Rio Claro: João Fernandes Dagama (1830-1906), português
da Ilha da Madeira. Chegou ao Brasil em 1870 e fixou-se em Rio Claro em 1873;
foi evangelista itinerante em todo o oeste de São Paulo. Em 1874 Elmira
(Ella) Kuhl chegou dos EUA para ajudar na escola de Dagama; quatro anos depois
foi para a Escola Americana. Kuhl e Dascomb ficariam juntas até o final
de suas vidas.
- Sorocaba: Antonio Pedro de C. Leite: licenciado: 1873; ordenado:
1876; faleceu em 1883, durante a reunião do presbitério no Rio.
Zacarias de Miranda: Brotas (1880-84), Sorocaba e região. Igrejas filhas:
Guareí (1882), Itapetininga (1885), Tatuí (1888).
- Eduardo Carlos Pereira (1855-1923): casamento com Luíza
Pereira de Magalhães e licenciatura em Lorena (1880); Campanha (1883;
igreja organizada no ano seguinte). Sociedade Brasileira de Tratados
Evangélicos (1883), plano de Missões Nacionais (1886), Revista
das Missões Nacionais (1887).
- Paraná: colportor João Antunes de Moura (1878); Robert
Lenington (1884-86): igrejas de Fundão e Tibagi. George A. Landes: chegou
ao Brasil em 1880; atuou em Botucatu e Curitiba (1885), cuja igreja foi
organizada em 1888.
- Rio Grande do Sul: Emanuel Vanorden (1839-1917) – judeu
holandês, converteu-se em Londres e estudou teologia nos EUA. Chegou ao
Brasil em 1872, foi eleito co-pastor de Chamberlain (1873), cooperou com
Blackford no Rio e publicou O Púlpito Evangélico (1874-75);
editor e livreiro. Desligou-se do Board e foi para a cidade de Rio Grande em
1876, onde fundou uma "Igreja Evangélica," mais tarde organizada como
igreja presbiteriana (em 1891 o campo foi entregue aos episcopais). Desligado do
Presbitério do Rio desde 1878, reconciliou-se em 1886, passando a residir
em São Paulo em 1888.
- Igrejas da década de 1870: Rio Novo, Rio Claro, Dois
Córregos, São Carlos e Araraquara (filhas de Brotas);
Petrópolis e Campos (Rio); Caldas e Machado (Minas); Penha/Itapira
(São Paulo); Cachoeira (Bahia) e Faxina/Itapeva (São Paulo).
4. O Sínodo da Igreja Presbiteriana do
Brasil:
- Organizado depois de entendimentos prévios dos missionários de
Nashville e Nova York. As sessões se deram na Igreja do Rio, de 6 a 13 de
setembro de 1888. Três presbitérios: Rio de Janeiro, Campinas e
Oeste de Minas (organizado em 14-4-1887) e Pernambuco (17-8-1888). Vinte
missionários e doze pastores nacionais; 59 igrejas.
- Diretoria: A.L. Blackford (moderador), E. Lane (vice-moderador), M.
Carvalhosa (secretário permanente), E.C. Pereira e J.B. Lima
(secretários temporários). Em nome da Assembléia Geral da
PCUSA, assistiram à organização do sínodo os Revs.
Charles E. Knox e J. Aspinwall Hodge.
- Missionários: (1) Junta de N. York: Blackford, Schneider,
Chamberlain, Dagama, Vanorden, Howell, Landes, Kyle, Kolb e Mac Laren; ausentes:
Lenington, Houston; (2) Comitê de Nashville: Lane, Smith, Boyle, Dabney,
Wardlaw, Butler, Thompson, Bedinger.
- Nacionais: Carvalhosa, Trajano, Pereira, Zacarias, C. Braga, Caetano
Nogueira; Delfino Teixeira, J.B. Lima, Belmiro César. Ausentes: Torres,
Menezes, Primênio.
- O Rev. Blackford leu o Ato Constitutivo, que definiu como símbolos de
fé da IPB a Confissão e os Catecismos de
Westminster, sendo o governo regido pelo Livro de Ordem da Igreja do Sul,
com adaptações.
- O Sínodo criou o Seminário Presbiteriano, a funcionar no Rio,
e elegeu seus dois professores: A.L. Blackford (N. York) e J.R. Smith
(Nashville). O Presbitério de Campinas e Oeste de Minas foi extinto,
sendo criados o de São Paulo e o de Minas.
- O Sínodo apresentou duas necessidades aos parceiros norte-americanos:
novos missionários-evangelistas e formação de pastores
nacionais. O Board de Nova York iria dar prioridade à
criação de uma universidade cristã em São Paulo.
- Período de Dissensão (1888-1903):
Da organização do Sínodo do Brasil
até a formação da Igreja Presbiteriana
Independente.
1. Os Presbitérios:
- Pernambuco: novos pastores em 26-09-1889: William C. Porter
(1855-1939): Recife, Ceará, Natal, "missionário de cabelos
brancos"; Juventino Marinho (1860-1959): Paraíba, Recife, Alagoas.
Belmiro César: Paraíba, São Luís. Smith muda-se para
Nova Friburgo para lecionar no Seminário (1892); Butler o substitui em
Recife (1893). Novos obreiros: 1890 – William M. Thompson
(1864-195?): trabalhou com Butler no Maranhão e Piauí; 1893
– George E. Henderlite: Paraíba e Garanhuns (seminário),
voltou aos EUA em 1923.
- Rio de Janeiro: desde o Rio São Francisco até Ubatuba;
Blackford, Schneider, Kolb, Trajano, Kyle. Lenington voltou em definitivo para
os EUA. Blackford morreu em Atlanta (1890): Elizabeth morrera em 1879 e ele
casou-se com Nannie Gaston, filha do Dr. J. McFadden Gaston, o médico de
Campinas. Schneider deixa o Board em definitivo (1890). Chamberlain vai para
Bahia (1892). Trajano deixa a Igreja do Rio por razões de saúde
(1893); destacado matemático; substituído por A.A. Lino da Costa
(1850-1913), um ex-padre.
- São Paulo: Mac Laren, Landes, Carvalhosa, Pereira, Z. Miranda,
C. Braga, Vanorden, Menezes, Chamberlain. Benedito Ferraz de Campos (1867-1916):
primeiro pastor ordenado pelo presbitério (1889). Decadência do
café no Vale do Paraíba afeta igrejas. Criada a Liga
Evangélica (31-05-90), para defesa da liberdade religiosa: Zacarias,
Pereira, H. Lane, Bento Ferraz, Remígio, etc. E. C. Pereira eleito pastor
da I.P. São Paulo em 22-08-1888, com apoio de Lane. Carvalho Braga
(1853-1934): Botucatu (1885-97), S. Paulo, Sorocaba (1899). Carvalhosa: Lorena e
Campos (1875-85), S. Paulo, Curitiba (1888-93): I.P. de Guarapuava em
17-02-1889. Thomas Jackson Porter (1860-1936): chegou em 1890 e foi para
Curitiba. Criação da Escola Americana (Curitiba) em 1891-92. Rio
Grande do Sul entregue aos episcopais no mesmo ano.
- Minas Gerais: Boyle, Thompson, Caetano, Torres, Delfino, Dabney,
Lane, Bedinger, Dagama, Howell. Álvaro Emídio Gonçalves dos
Reis (1864-1925): batizado quando criança na I.P. São Paulo,
professou a fé com Boyle em M. Mirim (1882); tomou parte no 1º
Sínodo como presbítero da I.P. Campinas e foi ordenado no ano
seguinte; grande orador, polemista e evangelista na Mogiana. Eleito pastor da
I.P. do Rio em 1897, fundou O Puritano em 1899. Em 1889 (dez.) chegaram:
Franklin A. Cowan (residiu em Paracatu) e Samuel Rhea Gammon (1865-1928): veio
ensinar no Colégio Internacional que, devido à febre amarela,
transferiu-se para Lavras em 1893. Novos pastores em 1891: João
Vieira Bizarro (1852-1917), Herculano Ernesto de Gouvêa (1861- 1931) e
Bento Dias Ferraz de Arruda (1865-1944) foram para Rio Claro, Jaú e Dois
Córregos. Dagama rompeu com o presbitério em 1892, criou uma
Igreja Presbiteriana Independente e reconciliou-se em 1897.
2.
O Seminário:
- O Board mantinha a Escola Americana e, desde 1875, uma classe
teológica anexa. Expectativa: seminário como uma das faculdades do
futuro "college." Assim, enviou Mac Laren para ensinar teologia (1885). Germes
do conflito: Sínodo escolheu o Rio e elegeu como professores A.L.
Blackford e J.R. Smith. Divisão: Board + missionários do norte x
Sínodo + missionários do Sul + Kyle, Blackford.
- 2º Sínodo (S. Paulo, 03-14/09/1891): escolheu Campinas
(Lane esperava iniciar as aulas em 01-04-1892). Em lugar de Blackford, que havia
falecido, elegeu Thomas J. Porter (levaria muitos anos para ocupar o posto);
também E.C. Pereira, primeiro professor nacional. William A. Waddell,
como Mac Laren, foi preterido. Com a febre amarela em Campinas, decidiu-se por
Botucatu e depois Nova Friburgo.
- Seminário Sinodal inaugurado em Friburgo em 15-11-1892.
Estudantes: Alfredo Meyer, Franklin do Nascimento, Alfredo Guimarães e
depois Vicente Themudo Lessa. Mestres: Smith, Kyle e João Gaspar Meyer
(1828-1906), pastor luterano suíço, pai do estudante Alfredo, que
veio a casar-se com uma neta do Rev. Frederico O. Sauerbronn. Diretoria:
Chamberlain, Carvalhosa, Kyle, Wardlaw, Caetano Nogueira, Álvaro Reis.
- "Plano de Ação": lançado por Pereira e amigos na
Revista de Missões Nacionais em 30-12-1892, criando o Instituto
Teológico e O Estandarte (1º número em 07-01-93).
Assinam o Plano de Ação E.C.Pereira, C. Braga, Zacarias,
Álvaro, Herculano, Benedito F. Campos, Bento Ferraz, Bizarro, Caetano
Nogueira e outros. Esquecendo "por hora, as dificuldades do Presbitério
de São Paulo," querem o "ensino teológico de nossos filhos... em
lugar apropriado."
- Instituto Teológico: aulas iniciam em 13-02-1893; professores:
Pereira, Bento Ferraz e presb. Remígio de Cerqueira Leite; alunos:
Francisco Lotufo, José Higgins, Benjamin Martins, Antonio
Gonçalves e Erasmo Braga. Dormitório no sótão da
casa pastoral e aulas nas salas laterais do templo. Finalmente, em fevereiro de
1895, por decisão do 3º Sínodo (setembro de 1894), o
Seminário mudou-se para São Paulo e uniu-se ao Instituto
Teológico. Rev. Smith, sua família e estudantes Meyer,
Guimarães e Themudo Lessa. Fundação da ACM no mesmo ano.
São Paulo tinha menos de 200 mil habitantes.
3.
Escola Americana/Mackenzie College:
- A convite de Chamberlain, Dr. Horace M. Lane (1837-1912) passou a
dirigir a Escola Americana em 1885. Grande educador e administrador, profundo
conhecedor do Brasil. Providenciou a formação de professores,
preparo de compêndios, adaptação de métodos,
garantias legais, acomodações. Em 1886 foi buscar os filhos nos
EUA, sendo substituído por Carvalhosa, que também ajudava
Chamberlain na igreja e cooperava na Imprensa Evangélica. Criado o
"curso preparatório."
- Instalações: Rua de São João, 70:
internato para meninas (dirigido por Kuhl e Dascomb) e externato misto; R. 24 de
Maio: jardim da infância (Phebe Thomas); R. Maria Antonia: internato para
meninos (inaugurado em 11-01-1886). O primário era dirigido por D.
Adelaide Molina (desde 1873). Foi criada uma "escola de treinamento" para
pastores e professores de escolas paroquiais, dirigida por Lane e Mac Laren
(este ensinava no curso teológico, criado em 1885).
- Com o advento da República, Marcia P. Brown e quatro
professoras treinadas por ela e Lane serviram o Estado de S. Paulo na reforma do
ensino, mediante lei especial. O próprio Lane assessorou o governo em
assuntos educacionais. Nessa época, Lane se perguntou se seria
legítimo prosseguir com a Escola Americana ou Instituto de S. Paulo.
Concluiu que sim e que a criação de cursos superiores atrairia
alunos para os níveis inferiores. Porém, tais cursos eram
prerrogativa do Estado. Daí veio a idéia de iniciar-se algo de
dimensões modestas: cursos literários, ciência pura e
ciência aplicada (engenharia).
- A Junta de Curadores foi constituída em novembro de 1889 (J.A.
Hodge, C.E. Knox e outros), sendo o College fundado em 1891 e colocado sob a
direção de H.M. Lane. Uma doação de 50 mil
dólares por John T. Mackenzie (1810-18 ) permitiu a
construção do primeiro edifício (1893-94). Após
consulta a Rui Barbosa, a junta solicitou a incorporação do
College na Universidade do Estado de Nova York (1893-95). Além de Hodge e
Knox, Chamberlain foi outro incansável promotor da nova
instituição nos EUA. Propósitos: "moldar o pensamento do
Brasil"; treinar professores e pregadores. William Alfred Waddell
(1862-1939) foi enviado em 1890 para ensinar teologia. Estudara teologia e
engenharia, sendo ordenado em 1887. Casou-se com Mary, filha de Lenington;
construiu o edifício do Mackenzie; exerceu forte influência sobre
os missionários do Board.
4. Tensões
eclesiásticas:
- Lane e Waddell não gozavam da confiança da igreja.
Alegações contra Lane: ausência dos cultos e da Ceia,
inobservância do Dia do Senhor, intromissão (com Waddell) em
questões internas do Presbitério de Minas: suspeita contra
licenciado João Vieira Bizarro, etc. Primeira dificuldade (1891): Pereira
considerou "um desastre" a nomeação de Lane como presidente do
College porque lhe faltavam "hábitos de piedade." Pereira esperava que a
instituição ajudaria a igreja educando um ministério bem
preparado e evangelizando a mocidade brasileira. Via Lane como o menos adequado
para ambos os fins.
- Sessão da 1ª Igreja fez admoestação formal a Lane.
Presbitério de S. Paulo (agosto de 1892), dirigido por T.J. Porter e
Waddell, resolveu eliminar a admoestação da ata da sessão
porque Lane não havia sido citado. A inércia do presbitério
no caso Vanorden complicou a questão. Chamberlain: defensor intransigente
do College e da política do Board.
- Caso Vanorden: restaurado no presbitério em 1886, voltou para
São Paulo em 1888, montou tipografia e abriu trabalho na Bela Vista.
Entrou em atritos com a 1ª Igreja e com Pereira; pediu ao
presbitério a organização de uma segunda igreja, com
família de Lane, esposa de Waddell e outros. A 1ª Igreja, reunida em
assembléia em 20-09-1892 (presidida por C. Braga) resolve pedir
transferência para o Presbitério de Minas. Pereira, Braga,
Zacarias, Benedito F. Campos e presbíteros assinam Manifesto. O
presbitério é forçado a abrir processo contra Vanorden.
Signatários do manifesto escreveram ao Board alegando que a
permanência de Lane e Waddell seria desastrosa para o College e para a
evangelização do Brasil.
- Em dezembro de 1892, Lane demite Remígio C. Leite; D. Adelaide Molina
o acompanha. Em setembro de 1893, após ausência de mais de um ano
aos cultos e à Ceia, sessão da 1ª Igreja suspende Lane da
comunhão. Board e curadores ficam indiferentes. Lane filia-se a uma
igreja nos EUA. Situação se agravara com a morte de vários
obreiros em 1892, entre eles três grandes líderes do
Presbitério de Minas: Edward Lane (março), Miguel Torres (maio) e
John Boyle (outubro). No mesmo ano, desapareceu a Imprensa Evangélica
(julho), por decisão do Board.
- 2ª I. P. de São Paulo é organizada em 18-10-1893
mediante autorização do presbitério. Revs. Waddell, Perkins
(comissão organizadora), familiares de missionários e professoras
da Escola Americana. Pereira comparece e toma parte no ato (!). Iniciou na R. da
Conceição, nº 58; depois na Alameda dos Bambus, nº 4
(01-02-1894) por muitos anos, até a inauguração do templo
da R. Helvetia. Carvalhosa retornou de Curitiba para trabalhar na Escola
Americana e assumiu o pastorado da igreja.
- Agosto de 1894: Sínodo determina transferência
temporária do Seminário para São Paulo, até que
pudesse ir para Campinas. Nova York nega concurso do seu professor (T.J. Porter)
e Nashville ameaça fazer o mesmo com Smith. Em julho de 1895 Waddell
rompe com o presbitério e com a IPB.
- Janeiro de 1896: termos da transferência da propriedade de
Campinas não são aceitos pelo Sínodo, reunido
extraordinariamente. Committee não aceita a contra-proposta do
Sínodo. Em junho inicia-se em O Estandarte (artigo de
Remígio C. Leite) a campanha pela construção do
edifício do seminário. Dois anos depois seria adquirido o terreno
da Rua Maranhão e lançada a pedra fundamental. Juntas
vêem Seminário como fruto da rivalidade com o Mackenzie,
nacionalismo, espírito faccioso de Pereira.
- Julho de 1896: representação dos Presbitérios de
São Paulo e Minas ao Board e ao Committee acerca dos professores do
seminário. Raiz das dificuldades: College e seus presidentes não
gozam da confiança do Sínodo. Fala de risco de "divórcio
entre nós e vós." Encarece necessidade urgente do Seminário
e do curso anexo de preparatórios; fala sobre os planos de uma sede
própria. Pede que não abandonem o Seminário.
- Agosto de 1896: Dr. Henry M. Humphrey, tesoureiro da junta de
curadores, escreve a Pereira: pede provas contra Lane e Waddell; afirma que os
Boards, especialmente o de Nova York, atribuem grande parte do problema a
ambições pessoais de Pereira.
- Setembro de 1896: S.H. Chester, secretário do Committee,
escreve a Smith garantindo sua continuação como professor. No
mesmo mês, carta do Board ao Presbitério de S. Paulo reafirma apoio
aos líderes do Mackenzie. Missionários e nacionais amigos de Lane
e Waddell assinam protesto contra o manifesto. Chamberlain, Gammon, G.L.B.
Bickerstaph, R.F. Lenington, Carvalhosa, F.A. Rodrigues, G.A. Landes, H.S.
Allyn, M.A. de Menezes. Brazil Mission reafirma confiança no
caráter de Lane e Waddell. Artigos em O Estandarte exacerbam os
ânimos dos amigos do Mackenzie.
- Outubro de 1896: Lane e Waddell escrevem cartas a H.M. Humphrey
alegando que Pereira os procurara respectivamente em maio de 1892 e agosto de
1894 para obter sua ajuda em instalar/manter o seminário em São
Paulo, contra as decisões do Sínodo.
- Novembro de 1896: diretoria do Seminário Sinodal envia
manifesto ao Board de Nova York afirmando que o College perdeu a simpatia do
Sínodo, que Pereira goza da plena confiança da diretoria e da
igreja, que a "repartição preparatória" do seminário
não é rival do colégio, e lamentando que o Board tenha se
recusado a cooperar. Assinam Kyle, C. Braga, Calvin Porter, Álvaro e
Remígio.
- Sínodo de 1897 (julho) discute uma questão essencial:
evangelização direta x indireta (colégios, obras sociais).
A célebre "Moção Smith," considerando o malogro das
instituições educacionais como meios de propagação
da fé e de preparação de um ministério
evangélico, bem como as contendas geradas pelos mesmas, pede às
igrejas-mães que auxiliem a igreja nacional "no grande trabalho de
evangelização pelos métodos mais diretos, incluindo o
trabalho da educação e preparação de um
ministério conforme os planos do Sínodo, e no sustento de escolas
paroquiais para os filhos dos crentes." Assinam Smith, C. Braga, Bento Ferraz,
G. Henderlite, Álvaro, Zacarias, W.C. Porter, Kyle, Pereira e muitos
outros. Houve um protesto, assinado por Chamberlain, Roberto F. Lenington,
Menezes, e um contra-protesto.
IV. Período de
Dissensão: 1888-1903 (continuação)
1. A Marcha da Igreja.
a) Norte e Nordeste:
- Recife: após a saída do Rev. J.R. Smith, a igreja foi
pastoreada sucessiva-mente por Porter, Butler e Marinho. Henry J. Mac Call, o
pastor da Igreja Congregacional, trocava o púlpito com Butler; em 1897
foi recebido pelo presbitério. Veio para o Brasil em 1893, enviado pela
missão independente "Help for Brazil," organizada por Sarah Kalley.
- Garanhuns: em 1894, Mac Call passou alguns meses nessa cidade,
tratando da saúde e pregando. Voltando a Recife, apelou a Butler, que,
deixando a igreja sob os cuidados de Juventino Marinho, mudou-se com a
família para Gara-nhuns. Em 06-01-1895 foram batizadas 15 pessoas, entre
as quais o futuro Rev. Jerônimo Gueiros, então com 15 anos.
Eventualmente toda a família converteu-se. Butler e seus amigos sofreram
muitas perseguições. Em 17-12-1896, defendeu tese na Faculdade de
Medicina e Farmácia da Bahia para poder clinicar no Brasil. Em 1897,
mudou-se para Canhotinho; no ano seguinte, o crente Manoel Villela foi morto em
São Bento ao defendê-lo de um fanático.
- O Seminário do Norte: idealizado por Butler, foi fundado pelo
Rev. Martinho de Oliveira em 1899, quando mudou-se para Garanhuns vindo de
Pão de Açúcar, Alagoas. O trabalho do operoso Martinho
(falecido em 28-06-1903) foi continuado pelo Rev. George Henderlite.
- Alagoas: após os esforços de Smith e Primênio, a
igreja declinou e veio a ser dissolvida em julho de 1894.
- Paraíba: após Smith, que organizou a igreja em 1884, e
Belmiro César, ali atuou George E. Henderlite (1894-1901). O teatro Santa
Cruz, onde Smith pregara em 1877, foi comprado e demolido, inaugurando-se o novo
templo em 17-06-1900, por ocasião de uma reunião do
presbitério. Henderlite foi auxiliado pelo seu ex-aluno, Rev. Manoel F.N.
Machado, ordenado em 1900, que depois filiou-se à IPI. Em 1901 chegou o
Rev. João Francisco da Cruz, que estudara no sul e mais tarde seguiu a
carreira jurídica.
- Rio Grande do Norte: quando Belmiro e Wardlaw visitaram Natal em
1887, converteu-se o prof. Lourival Soares da Câmara, o "Panqueca,"
elemento muito valioso. Em 1893, ali estiveram Porter e Marinho, e no mesmo ano
Lourival iniciou a publicação de O Pastor, segundo jornal
evangélico do norte. Removido para o Ceará, Porter voltou a Natal
em janeiro de 1895. Houve muitas conversões e em abril receberam-se as
primeiras pessoas à igreja, que foi organizada oficialmente em 03-02-1896
(o templo foi inaugurado em 1898). O professor Lourival veio a separar-se da
igreja, levando nove membros, e foi acolhido por missionários batistas. A
igreja teve membros de destaque, como os pais do futuro presidente João
Café Filho. Em 1901 chegou o primeiro pastor nacional, Rev. João
Francisco da Cruz. No interior do estado também houve muitos frutos.
- Educação: o casal Porter fundou a primeira escola
evangélica do norte, o Colégio Americano em Natal (1895). Nele
trabalharam Rebeca Morrisette, Elisa M. Reed, Katie Hall (mais tarde esposa do
Rev. Alva Hardie) e a incansável Katherine Porter. Tornou-se a melhor
escola da cidade, mas entrou em declínio por falta de apoio de Nashville,
encerrando as atividades em 1907.
- O Século: jornal evangélico lançado em
11-05-1895 por W.C. Porter. Mais tarde tornou-se órgão do
Presbitério de Pernambuco, tendo J. Gueiros como redator. No final de
1908, a redação foi transferida de Natal para Garanhuns e o jornal
passou a chamar-se Norte Evangélico.
- Ceará: Wardlaw desligou-se da Missão em 1897, por causa
de suas atividades comerciais (livraria), permanecendo em Fortaleza até
1901, quando voltou para os EUA. Organizara a igreja local e a de
Mossoró. Foi substituído pelo missionário e médico
Rev. Reynald P. Baird e sua esposa (chegaram em 1896), que também atuaram
no interior.
- Maranhão: Belmiro chegou a São Luís em 1894,
abrindo uma escola (também ensinou no Liceu Maranhense). No ano seguinte
chegou o Rev. C.R. Womeldorf. O Rev. W.M. Thompson, que auxiliara Butler e o
sucedera quando de sua transferência para Recife, residiu em Caxias de
1896 a 1902. Em janeiro de 1902, batizou os primeiros crentes em Teresina,
Piauí.
- Pará: os pioneiros evangélicos em Belém foram o
episcopal Richard Holden (1860-62) e o metodista Justus H. Nelson (1880-1925).
Blackford lá esteve em 1878. O Rev. C.R. Womeldorf realizou ali os
primeiro atos pastorais em novembro de 1894 e mudou-se para Belém em
1903, sendo a igreja organizada no dia 09-11-1904.
- Amazonas: J. Nelson e M. Carver iniciaram o trabalho metodista,
depois episcopal, em 1887. Por volta de 1898, crentes procedentes do nordeste e
outros saídos da igreja de Carver começaram uma igreja
presbiteriana em Manaus, inicialmente sem filiação denominacional.
O seu primeiro pastor foi o Rev. Lourenço de Barros (n. 1859), ordenado
em 1901, que assumiu o pastorado no ano seguinte. A igreja foi organizada em
18-11-1904.
b) Bahia e Sergipe:
- Chamberlain: nomeado missionário do Sínodo em 1888,
residiu em São Paulo até 1892, evangelizando o interior do estado
(campo de Lençóis). A morte de Edgar Pinkerton (1860-1892) e a
mudança de W.E. Finley para Sergipe o levaram a transferir-se para a
Bahia (junho de 1892), para auxiliar as igrejas da capital e de Cachoeira. Fez
longas viagens pelo interior do estado e visitou Sergipe, Minas, São
Paulo e Paraná. Em março de 1896 fixou-se em Feira de Santana,
solicitando ser dispensado do cargo de missionário sinodal. Acometido
pelo câncer, faleceu em Salvador em 31-07-1902.
- A primeira esposa de W.A. Waddell, Mary, filha de Lenington, morreu em 1893.
Em 1897 ele casou-se com Laura (n. 1869), filha de Chamberlain, que já
estava na Bahia há três anos, trabalhando como professora. O casal
residiu em Salvador e depois em Cachoeira. Pierce, um filho de Chamberlain
nascido em 1872 e batizado por Morton, estudou e foi ordenado nos EUA, chegando
à Bahia em fins de 1899. Dez anos depois regressou definitivamente.
- Sergipe: em 1893, Kolb e Finley trocaram de campos: este foi para
Sergipe e aquele para a Bahia. Em 1898, Woodward E. Finley ficou com o campo de
Laranjeira (havia chegado ao Brasil em 1889 para substituir Blackford na Bahia)
e Cassius E. Bixler fixou-se em Aracaju, cuja igreja foi organizada em
13-12-1901. Em 1897 as forças missionárias de Nova York foram
divididas em Central Brazil Mission (Bahia e Sergipe) e South Brazil Mission
(estados do sul).
c) Rio de Janeiro:
- Depois dos pastorados de James T. Houston e Antonio B. Trajano (1879-93),
André Lino da Costa (1893-96) e James B. Rodgers (1896-97), a igreja do
Rio foi pastoreada por Álvaro Reis durante 28 anos. A chegada de
Álvaro, em maio de 1987, dinamizou a igreja em muitos aspectos.
Destacou-se como pastor, pregador, evangelista e polemista. Em 08-06-1899
lançou O Puritano, dedicado à propaganda do evangelho,
fugindo de "questões internas" da igreja (crítica velada a O
Estandarte). Foram colaboradores: Trajano, Erasmo Braga, Matatias G. dos
Santos e especialmente Franklin do Nascimento. A Igreja de Niterói foi
organizada em 01-02-1899, sendo pastoreada pelo jovem ministro Erasmo C. Braga,
ordenado poucos meses antes.
- Interior: os trabalhos presbiterianos estavam decadentes em
Petrópolis e Campos, mas não em Nova Friburgo, onde os
presbiterianos beneficiaram-se dos fundamentos lançados pelos luteranos
desde 1824. J.M. Kyle ali residiu por 16 anos (1891-1907), sendo a igreja
organizada em 20-09-1898.
d) Minas Gerais:
- Leste: Kyle foi o primeiro a visitar a região de
Manhuaçu, no início de 1897, a convite de descendentes de
alemães (família Eller). A Igreja de Alto Jequitibá foi
organizada em 09-03-1902. O primeiro obreiro residente foi o licenciado Matatias
Gomes dos Santos, que chegou em julho de 1901.
- Lavras: em 1893, enquanto Gammon estava nos EUA, o Rev. David
Armstrong chefiou a transferência do Colégio Internacional para
Lavras. Estava acompanhado de sua esposa Henriqueta e das missionárias
Chambers, Reed e Carlota Kemper. As aulas tiveram início em 01-02, mas
Gammon só chegou em 08-07. Evangelizou extensamente a cidade e
região. F.A. Cowan ali faleceu em maio de 1894. No mesmo ano, Gammon
voltou aos EUA e casou-se com sua prima Will (Guilhermina). Com eles veio
Blanche Dunlap. Mais tarde chegaram o missionário e médico Horace
S. Allyn (n.1859) e sua esposa Ema. Allyn chegou ao Brasil em 1896 e residiu
cinco anos em São João del Rey (nessa cidade também
trabalhou o Rev. Alva Hardie, que veio para o Brasil em 1900). Só em 1905
o casal Allyn foi para Lavras. Gammon destacou-se como evangelista e construtor
(o templo de Lavras foi consagrado em julho de 1899). No final de 1900, assumiu
a direção do Seminário em São Paulo, durante viagem
de Smith aos EUA.
- Brasil Central: em 1893, os Revs. Álvaro Reis e Caetano
Nogueira Jr. organizaram quatro novas igrejas no vasto campo do Rev. Boyle:
Bagagem (18-06), Paracatu (02-07), Santa Luzia de Goiás (16-07) e
Araguari (16-08). A viúva do Rev. Cowan, Catarina Bias, voltou a Bagagem
e Araguari, onde fundou uma escola. Foi mestra de George Thompson Goulart. O
sucessor de Cowan foi Charles Morton, que residiu em Araguari de 1895 a 1900 e
faleceu em Casa Branca (1903). Morton admitiu à igreja os irmãos
Davi e Manoel de Melo, este pai de D. Maria de Melo Chaves, autora de
Bandeirantes da Fé. O mesmo Morton foi o primeiro a pregar em Rio
Paranaíba, Carmo, Patos e outras localidades.
e)
São Paulo:
- Igreja Unida: a 2ª Igreja fora fundada em 1893 por pessoas da
1ª Igreja ligadas ao Mackenzie. Mais tarde, a sessão da 1ª
Igreja disciplinou quatro moças da Escola Americana que a haviam deixado
para filiar-se à 2ª Igreja. Carvalhosa protestou junto ao
presbitério, mas não foi atendido. Desligou-se do
presbitério (julho de 1898) e foi acompanhado pela igreja. No mesmo
mês, o presbitério recebeu o pedido de organização de
nova igreja, agora que a 2ª se desligara. A Igreja Filadelfa reunia
maçons que não mais sentiam-se bem na 1ª Igreja (seminaristas
e familiares de Álvaro Reis e Zacarias de Miranda). Em julho de 1900,
Carvalhosa e sua igreja voltaram ao presbitério. As duas igrejas
fundiram-se para formar a Unida em 26-08-1900.
- Morrinho: a Fazenda Poço Grande, em Juquiá, teve
proprietários norte-americanos do sul e depois foi adquirida pelo Dr.
H.M. Lane. A convite de um filho de Lane, Willis Robert Banks, de Tibagi,
Paraná, tornou-se administrador da fazenda e evangelista da
região. Banks, que professara a fé com o Rev. G.L. Bickerstaph, em
Castro, chegou à fazenda em janeiro de 1897 e logo começou a
realizar cultos. No ano seguinte foi lançada a pedra fundamental do
templo de Morrinho. Daí o evangelho irradiou-se por todo o vale do
Ribeira. A I.P. de Juquiá, inicialmente congregação da I.P.
Unida, foi organizada por Carvalhosa em 14-10-1900. Também foi pastoreada
por Erasmo Braga e Coriolano Dias de Assunção.
- Obreiros dos velhos campos: Manoel Antonio de Menezes
(1848-1941): professou a fé com Kalley em 1866; genro de Dagama;
trabalhou em Rio Grande, Lorena e Caxambu; jubilado em 1907 por problemas de
saúde. Igreja de Sengó organizada em 08-05-92; S. João da
Cristina, 24-08-1900. Em 1901, a Igreja de Campanha foi dissolvida e os
remanescentes foram arrolados na I.P. Sengó. Flamínio Augusto
Rodrigues (1856-1907): estudou no Colégio Internacional e nos EUA
(Hampden Sidney College, 1876), onde professou a fé. Foi professor e
diretor do Internacional. Estudou teologia com E. Lane e foi ordenado em 1893.
Pastoreou: Campinas, Itatiba, Mogi-Mirim, Bragança, Jundiaí,
Amparo, Descalvado e Monte-Mor. Henrique Vogel (n.1869): estudou na E.
Americana, Londres e Genebra; ordenado em 1898, substituiu Álvaro Reis em
S.J. da Boa Vista. J.R. Carvalho Braga (1853-1934): foi pastor em
Botucatu (1885-97) e Sorocaba, a partir de 1899. Zacarias de Miranda:
pastoreou a igreja de Sorocaba de 1884 a 1899. José de Azevedo
Granja (1837-1905): batizado por Simonton em 1866, estudou com Trajano e foi
presbítero da Igreja do Rio; ordenado aos 60 anos (1897), trabalhou na
Igreja de Ubatuba.
f) Paraná e Santa
Catarina:
- Curitiba: pastorado de G.A. Landes (1885-98) e Thomas J. Porter
(1890-95, com interrupções). Escola Americana começou em
1892.
- Interior: Roberto F. Lenington (n.1871) fixou-se em Guarapuava em
1896, ano em que foi ordenado. Era casado com a prima Ada, filha de J.T. Houston
e Nancy, irmã do velho Lenington. George L. Bickerstaph (n.1864)
trabalhou em Castro (1895-1916). Seus pontos de pregação
íam de Faxina a Xanxerê. Reabriu o trabalho de Ponta Grossa.
- São Francisco do Sul: o capitão de navio João da
Cruz Salvado, português, residente em S. Francisco desde 1880-81,
fôra atraído para o evangelho pela leitura da Bíblia. Foi
recebido por profissão de fé com sua esposa e outras pessoas, pelo
Rev. G.A. Landes (o primeiro culto oficial ocorreu em 27-09-1896). A igreja foi
organizada por R.F. Lenington em 18-12-1900.
- Florianópolis: Blackford e Chamberlain havia visitado
Desterro, este último em 1889, quando era presidente da província
o coronel Fausto de Souza. O primeiro trabalho foi organizado em 1898 pelo Rev.
James B. Rodgers e teve continuidade com R.F. Lenington. O veterano James T.
Houston, após passar 15 anos nos EUA, voltou ao Brasil em 1900 e fixou-se
em Florianópolis. Construiu o templo de S. Francisco. Em 1902 retirou-se
em definitivo para os EUA, sendo subtituído por J.B. Kolb.
g) Divisões administrativas:
- Missão de N. York: a Brazil Mission dividiu-se em 1896-97:
South Brazil Mission (Rio, Paraná, S. Catarina) e Central Brazil Mission
(Bahia e Sergipe).
- Missão de Nashville: passou a ter dois ramos em 1896: Southern
Brazil Mission (S. Paulo, Minas e Goiás) e Northern Brazil Mission (norte
e nordeste).
- Presbitérios: o Sínodo de 1900 subdividiu os
Presbitérios de São Paulo e Minas em três:
- Presbitério do Sul: Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul.
- Presbitério de S. Paulo: 2ª I.P. São Paulo, Igreja
Filadelfa, território ao sul da Sorocabana, campo do Rev. M.A. Menezes
(sul de Minas).
- Presbitério Oeste de S. Paulo: 1ª I.P. de São Paulo, vale
do Tietê (Sorocabana) e região da Paulista.
h)
Padres convertidos (além de JMC e Lino da Costa):
- Antonio Teixeira de Albuquerque (1840-1887): ligado sucessivamente aos
presbiterianos (Smith), metodistas e batistas. Alagoano.
- Francisco Rodrigues dos Santos Saraiva (1834-1900): português, residiu
no Rio Grande do Sul e Santa Catarina; lecionou na Escola Americana e no
Mackenzie (1892), a convite de Chamberlain; não chegou a professar a
fé; erudito e poliglota.
- Guilherme Dias (+1907): português, foi vigário em Pelotas, RS;
pastoreou igreja episcopal no Porto; voltou ao Brasil como educador.
- Joaquim dos Santos Figueiredo: outro português que tornou-se
episcopal. Traduziu História, Doutrina e Interpretação
da Bíblia, de Angus.
- Constâncio Omero Omegna (1877-1927): italiano, veio para o Recife a
fim de preparar-se para trabalhar entre os índios. Impressionou-se com a
controvérsia de Butler contra os padres e seu uso da Bíblia. Foi
para o Rio e converteu-se através de Álvaro Reis. Cursou o
seminário em São Paulo, sendo ordenado em Botucatu a 13-07-1902.
Trabalhou em Niterói, Jaú, etc.
i) Primeiros
frutos do seminário:
2. A Cisão de 1903.
- Três questões em disputa:
- Questão Missionária: o problema da dupla
jurisdição dos missionários, nos concílios
brasileiros (área espiritual e eclesiástica) e nas juntas
norte-americanas (finanças, política missionária).
Conflitos entre os planos do Sínodo e dos Boards. Conflito de lealdade
dos missionários: à igreja brasileira e às
igrejas-mães, como no caso do Mackenzie. A maioria dos nacionais
apóia E.C. Pereira.
- Questão Educativa: tensão entre educação
secular (Mackenzie) e religiosa (E.C. Pereira). Novo problema: diretoria do
seminário quer curso preparatório anexo para os futuros pastores
(1896 – reorganização do seminário); Eduardo quer
secundário só para filhos de crentes, ligado ao seminário.
Reação de líderes nacionais, principalmente Álvaro
Reis. Eduardo iria insistir na educação dos "filhos da igreja,
pela igreja e para a igreja."
- Julho de 1898: abaixo-assinado solicitando organização da
Igreja Filadelfa ofende Eduardo, que renuncia a sua cadeira no seminário
e é acompanhado por Remígio. Assembléia da 1ª Igreja
solidariza-se com ele; sessão resolve reter ofertas para missões e
seminário.
- Questão Maçônica: no dia 10-12-1898, o Dr.
Nicolau Soares do Couto (Lauresto) inicia série de artigos sobre a
maçonaria em O Estandarte. Surge uma reação
vigorosa. O debate se encerra em 27-04-1899 com a neutralidade do jornal.
- Sínodo de 1900: começa a debater a questão
maçônica, levantada pela 1ª Igreja e o Presbitério de
São Paulo. Pereira apresenta objeções contra a Ordem e
depois um Protesto mais elaborado, publicado em O Estandarte em 02-08.
Sínodo decide que a filiação ou não à
maçonaria é questão de consciência e julga prejudical
qualquer propaganda a favor ou contra a entidade.
- Eduardo entra diretamente na luta em fevereiro de 1901, através do
seu jornal, alegando a incompatibilidade entre a maçonaria e a igreja.
Seus artigos são enfeixados em opúsculo: "A Maçonaria e a
Igreja Cristã." A polêmica recrudesce. Em 23-01-1902, O
Estandarte publica carta aberta do Dr. Silva Rodrigues, presbítero da
Igreja Unida, confessando-se vencido na questão maçônica.
- Em 06-03, Eduardo e seus amigos começam a divulgar a Plataforma, com
seus cinco tópicos sobre as questões missionária, educativa
e maçônica. Os tópicos são debatidos acaloradamente
nos presbitérios.
- Sínodo de 1903: reune-se na Igreja Unida (Alameda dos Bambus).
Inicia com moção irônica de Kyle e substitutivo igualmente
irônico do Rev. Alfredo B. Teixeira. Eduardo mostra-se ofendido e Kyle
retira a proposta. Álvaro Reis apresenta proposta sobre os
missionários, a maçonaria e o seminário. O substitutivo de
Lino da Costa propondo a permanência dos missionários é
aprovado por grande maioria.
- No dia 30 de julho começa a ser discutido o segundo item da proposta
de Álvaro Reis, no sentido de que o Sínodo considere a
questão maçônica como vencida. Após o debate, Gammon
apresenta um substitutivo com três considerandos, propondo que seja
mantida a decisão do Sínodo anterior e que o Sínodo
não legisle sobre o assunto. Recomenda aos membros dos dois grupos
sentimentos mútuos de caridade cristã.
- Graças à diplomacia do moderador, Rev. Carvalho Braga, o
debate prolongou-se até a noite do dia 31. Falam contra a
maçonaria: Pereira, Bento Ferraz, Ernesto Luiz de Oliveira, T. Lessa,
Otoniel Motta, Caetano Nogueira; a favor: Kyle, Álvaro Reis, Schneider,
Zacarias de Miranda, J.R. Smith. A minoria pediu que a reunião fosse
suspensa a fim de considerar o assunto. À noite, reaberta a
sessão, apresentou uma fórmula supostamente conciliatória,
que foi rejeitada. Ernesto L. Oliveira e E.C. Pereira falaram antes de se votar
a moção Gammon. Votada a moção, houve 52 votos a
favor e 17 contrários (E.C. Pereira, Vicente T. Lessa, Otoniel Mota,
Caetano Nogueira Jr., Alfredo B. Teixeira e Ernesto L. Oliveira; Bento Ferraz
estava ausente por motivo de saúde). Pereira despediu-se e retirou-se com
os seus correligionários para formar a Igreja Presbiteriana Independente.
V. Período de
Reconstituição (1903-1917): do cisma até o "Modus
Operandi."
1. A Igreja Presbiteriana Independente.
- Organização do Presbitério Independente: São
Paulo, 01-05/08/1903. Membros fundadores: quinze presbíteros e sete
pastores (Eduardo C. Pereira, Caetano Nogueira Jr., Bento Ferraz, Ernesto Luiz
de Oliveira, Otoniel Mota, Alfredo Borges Teixeira e Vicente T. Lessa). Mesa:
moderador – Caetano Nogueira Jr.; secretário: Vicente T. Lessa;
tesoureiro: Otoniel Mota. Documentos: Ato Constitutivo, Protesto ao
Sínodo (razões da separação), e Manifestos à
IPB e às Igrejas-Mães. Primeiras igrejas: Itatiba e 1ª I.P.
de São Paulo.
- Terceira "Igreja Independente": além do grupo de Dagama (1892) e da
2ª I.P. de São Paulo (1898). Sobre as causas da
separação, ver E.-G. Léonard, "A Igreja Presbiteriana do
Brasil e suas Experiências Eclesiásticas."
2.
Sinodais x Independentes.
- IPI considerava o Sínodo herético e o Sínodo
considerava a IPI cismática; proselitismo da IPI junto a membros e
igrejas do Sínodo (Cristo ou maçonaria?). Principal defensor do
Sínodo e adversário de E.C. Pereira: Rev. Zacarias de Miranda,
redator da Revista de Missões Nacionais (1900-1903). Para ele, a
"mão de gato" era a maçonaria, não nas mãos do
Mackenzie, mas nas mãos de Pereira. Recebeu uma pena de ouro do
Presbitério de São Paulo.
- Período de desavenças, divisões de comunidades, lutas
pela posse de imóveis, litígios judiciais. Botucatu: Rev. F.
Lotufo aderiu à IPI, mas não a igreja, que foi à
justiça para manter sua propriedade. Campinas: a igreja, pastoreada desde
1900 pelo Rev. Bento Ferraz, filiou-se à IPI; Rev. Flamínio
Rodrigues passou a realizar cultos no Colégio Internacional. Curitiba:
Rev. G.A. Landes x Rev. José Maurício Higgins; este levou Igreja
de Itaqui para os independentes.
- O Estandarte publica as adesões ao movimento separatista e a
Revista de Missões Nacionais as adesões ao Sínodo
(entre elas, Brotas, Jaú e Araguari). A onda de divisão
estendeu-se por toda parte, sendo decisiva a influência dos pastores e
presbíteros. Pereira foi ao Rio para fundar uma igreja independente e
Vicente T. Lessa foi ao nordeste. Houve igrejas que foram extintas por aderirem
totalmente ao novo movimento. Uma pastoral do Presbitério Independente
chegou a vedar aos sinodais a mesa do Senhor. O período de maiores
conflitos estendeu-se até 1906.
- Em 1906 o Sínodo contava 77 igrejas e cerca de 6500 membros; no ano
seguinte, os independentes tinham 56 igrejas e 4200 comungantes.
3. O Seminário.
- O prédio da R. Maranhão, nº 9, no Boulevard Bouchard
(Higienópolis), fôra ocupado sem solenidade em setembro de 1899.
Com a viagem do Rev. Smith aos EUA, ocuparam a reitoria interinamente os Revs.
Samuel R. Gammon e Erasmo Braga (1901). O principal membro da diretoria era
Álvaro Reis.
- Erasmo Braga veio de Niterói para lecionar no seminário e no
Mackenzie. Como capelão do Mackenzie, cuidava também dos
candidatos ao ministério ainda em fase de estudos secundários. O
Mackenzie oferecia pensão e estudos gratuitos a várias aspirantes
e a alguns candidatos que não podiam ser mantidos pelo seminário.
- Estudantes em São Paulo: Coriolano de Assunção,
Otávio Jensen, Manoel de Brito, Francisco Pereira. Terminaram o curso em
Campinas: Alberto Zanon, Samuel Barbosa, Aníbal Nora e João
Pereira Garcia.
- Em 01-02-1907 o seminário passou a funcionar em Campinas, na antiga
propriedade do Colégio Internacional, vendida à igreja pelo
Committee de Nashville através do Rev. Alva Hardie. Novos alunos:
Francisco de Souza, Tancredo Costa (filho do Rev. Lino da Costa) e Herculano de
Gouvêa Jr.
- Docentes: John R. Smith, reitor e professor de teologia sistemática;
Erasmo Braga, deão, eleito pelo Sínodo para a cadeira nacional,
professor de Velho Testamento e História Eclesiástica. Outros:
Alva Hardie, H. Vogel, Américo de Moura, Blanche Dunlop. Em 1909 chegou
Thomas Jackson Porter (eleito professor pelo Sínodo de 1891!), grande
entusiasta do seminário.
- Erasmo Braga: esmerou-se na administração interna da
instituição; lecionava química, história natural,
música, etc.; publicou a revista A Reforma; ocupou por algum tempo
o pastorado da Igreja de Campinas; foi um dos fundadores da Maternidade de
Campinas. Ao tornar-se professor de inglês no Ginásio do Estado
(1910), ofereceu o ordenado que recebia da igreja para a fundação
da "cadeira Simonton," a ser preenchida por professor nacional.
- A primeira turma de Campinas só se formou em 1912: Américo
Menezes, Teodomiro Emerique, Bernardino de Souza, Tancredo Costa, Herculano de
Gouvêa Jr., Miguel Rizzo Jr., Júlio Nogueira, Otávio de
Souza, Paschoal Luiz Pitta, Basílio Braga, Francisco de Souza e Manoel
Marques (os dois últimos congregacionais). Depois vieram, entre outros,
Guilherme Kerr, Jorge T. Goulart, Galdino Moreira e José Carlos Nogueira.
4. A Situação dos Campos.
- Leste de Minas: Matatias Gomes dos Santos – primeiro obreiro
residente em Alto Jequitibá, Manhuaçu (1901). Descendentes de
suíços-alemães: Sathler, Eller, Heringer, Werner, Emerich.
Muitos pontos de pregação, inclusive no Espírito Santo.
Perseguições.
- Espírito Santo: a convite de pessoas influenciadas pela
leitura da Bíblia, o Rev. Matatias G. Santos visita São
José do Calçado em setembro de 1903.
- Presbitério do Sul: membros após o cisma – G.A.
Landes, R.F. Lenington, J.B. Kolb, Bickerstaph e Lino da Costa. Em 17-12-1906,
Bickerstaph e Lenington organizam a Igreja de Cerrado, Paraná. Em 1907,
Kolb vai para Guarapuava. Salomão Ferraz trabalha em Faxina/Itapeva e
região. Willes Banks continua em Juquiá; a família de
João Vassão unira-se à igreja. Além da igreja de
Juquiá, são filhas da Unida a de Pinheiros, a de Atibaia e a
Igreja Italiana de São Paulo, pastoreada por Júlio Sanguinetti,
que também trabalhou em Bragança e Tatuí (1905). No campo
de Botucatu atuaram Baldomero Garcia e Laudelino de Oliveira.
- Oeste de São Paulo: Bizarro trabalhou na Araraquarense
até além de S.J. do Rio Preto. Em Campinas, Alva Hardie revive por
algum tempo o Colégio Internacional; Herculano de Gouvêa pastoreia
o pequeno grupo que restou do cisma. Na Mogiana atuam André Jensen
(Cajuru), casado com uma Rizzo, notável evangelista, e Alfredo
Guimarães (Itapira).
- Triângulo Mineiro: Robert G. See, substitui o finado Charles
Morton. Em Araguari, recebe por profissão de fé Galdino Moreira e
Jorge T. Goulart. Fica no Brasil somente quatro anos (1903-1907). Sua
irmã Ruth See trabalha em Lavras e no Oeste de Minas. A sra. Cowan
continua seu ministério eqüestre. Outro obreiro operoso, a partir de
1906, é Robert D. Daffin, tendo como auxiliar o futuro pastor Palmiro
Ruggeri.
- Oeste de Minas: após a estadia em São Paulo e viagem
aos EUA, Gammon volta a Lavras e faz longas viagens evangelísticas:
Perdões, Nepomuceno, Congonhal, Piumhi, Formiga, Bambuí, Pains,
etc. José Osias Gonçalves pastoreia por algum tempo a igreja de
Lavras. Gammon solidifica o seu Instituto: funda a escola para rapazes (1904);
em 1907 chegam o casal Shaw, Genoveva Marchant, Benjamin Hunnicutt e a
viúva de Armstrong.
- A Southern Brazil Mission dividiu-se em East (Lavras) e West Brazil Mission
(Campinas), em 1903. Razões geográficas e missiológicas:
lugar da educação no programa das missões. Os
missionários do oeste eram contrários à
fundação da escola de agricultura em Lavras.
- Campos do Sudeste: no Rio, prossegue o frutífero
ministério de Álvaro Reis como pregador, polemista e evangelista;
novas igrejas e pontos de pregação. J.M. Kyle permanece em
Friburgo até 1907. Henrique Louro, recém-formado, vai para o
interior do estado, tendo a colaboração das famílias
Emerich e Stutz. O português Manoel Alves de Brito substituiu Matatias G.
Santos em Alto Jequitibá e Henrique Louro no interior do Rio. A igreja de
Inhapim, iniciada através de uma Bíblia, estava prestes a ser
organizada.
- Espírito Santo: Constâncio O. Omegna, residente em
Niterói, pastoreou o campo de S. José do Calçado por quatro
anos (1905-1908), organizando a igreja em 10-03-1907. Em novembro do mesmo ano,
entregou a igreja de Niterói ao veterano Carvalho Braga e mudou-se para o
Calçado. Foi o primeiro pastor presbiteriano a residir no Espírito
Santo. Em março de 1909, numa época em que Álvaro Reis dava
assistência à igreja, o templo foi queimado por fanáticos
instigados pelo pároco local.
- Bahia e Sergipe: após a morte de Chamberlain, o campo de
Cachoeira ficou sob os cuidados de Henry MacCall (1903-1908), que também
atuou no litoral sul, na região de Canavieiras e Ilhéus. Cassius
E. Bixler chegou a Sergipe em 1896 e depois residiu por dez anos em
Estância (1902-1912). Waddell ficou em Salvador até 1906, quando
mudou-se para Ponte Nova, onde fundou uma influente escola em meio a muita
oposição. Pierce A. Chamberlain, chegado em 1899, trabalhou a
princípio na escola da missão em Salvador. Em 1901 foi residir em
Senhor do Bonfim, pregando no vale do São Francisco até Santa
Maria da Vitória, cuja igreja foi organizada no mesmo ano. Por
razões de saúde, regressou aos EUA em 1909, falecendo em 1929.
- Presbitério Bahia-Sergipe: Salomão Ferraz recebeu de
Mac Call o campo de Canavieiras (24-08-1906); Matatias G. dos Santos foi para a
igreja da capital; José Osias fixou-se em Cachoeira. Esses três
constituíram o Presbitério Bahia-Sergipe, organizado em
07-01-1907, em Salvador, com apenas seis igrejas organizadas.
- Presbitério de Pernambuco: a igreja de Maceió,
dissolvida em 1894, foi novamente organizada em 10-04-1908, sendo, a partir do
ano seguinte, pastoreada por Juventino Marinho, vindo do Recife. Dr. Butler, o
"médico amado," continuava seu fecundo ministério em Canhotinho.
Depois dos dias prósperos de Belmiro César e Henderlite, a igreja
da Paraíba declinou até a chegada do jovem pastor João da
Mota Sobrinho (1905-1910). Mota casou-se com uma filha de Belmiro. Calvin Porter
continuou a evangelizar amplamente o interior do Rio Grande de Norte até
1907. A partir de 1901, a igreja de Natal foi pastoreada sucessivamente por
João Francisco da Cruz e Jerônimo Gueiros. O médico
missionário Reynald Baird, filho do pastor emigrado para Santa
Bárbara, continuava em Fortaleza e Belmiro em São Luís.
Womeldorf deixou Belém em 1907, retornando aos EUA. Lourenço de
Barros, o pastor da igreja de Manaus, morreu em 1905. Os campos de Belém
e Manaus voltaram a ser assistidos pelo Rev. W.M. Thompson, residente em Caxias.
Em 01-08-1904, Elisa Reed funda o Colégio Americano de Pernambuco (atual
Agnes Erskine).
- Seminário do Norte: em Garanhuns, Henderlite continua a obra
de educação teológica de Martinho de Oliveira, falecido em
1903. Os estudantes são Antonio Almeida, Mota Sobrinho, Antonio Gueiros e
Alfredo Ferreira. Em 1908, Henderlite, Jerônimo Gueiros, Cecília
Rodrigues e Soriano Furtado fundam o Colégio 15 de Novembro como curso
anexo ao seminário. No mesmo ano, mediante proposta de J. Gueiros, o
presbitério resolve encampar o seminário, solicitando a
aprovação do Sínodo do Norte. O Sínodo não
aprova o plano, mas o presbitério não volta atrás. Mais
tarde, isso gera protestos no sul: bairrismo, divisão de recursos (T.J.
Porter e outros). Em 1909 Thompson vai lecionar no seminário e em 1911
Gueiros volta para a igreja de Natal.
5. A Assembléia
Geral.
- O Sínodo reuniu-se em julho de 1906, em São Paulo, à
Alameda dos Bambus. Além de criar o Presbitério Bahia-Sergipe,
enviou consulta aos presbitérios sobre a conveniência de organizar
a Assembléia Geral, marcando outra reunião para o Rio no ano
seguinte. Em agosto de 1907, o Sínodo aprovou a sua própria
dissolução e a criação de dois novos sínodos,
bem como a organização da Assembléia Geral. Esta foi
convocada para o dia 07-01-1910, no templo da Igreja do Rio. O Sínodo do
Norte e o do Sul foram convocados para reunir-se no dia 07-01-1909 na Igreja
Presbiteriana de Salvador e na de Campinas, respectivamente.
- O moderador do último Sínodo e o instalador da
Assembléia Geral foi o Rev. Modesto Carvalhosa, que na época
completava 40 anos de ordenação. O Rev. Álvaro Reis foi
eleito moderador da Assembléia Geral e designado para ir à
Convenção Mundial de Escolas Dominicais, em Washington. A
Assembléia criou o Presbitério do Sul de Minas, mas incluiu-o no
Sínodo do Norte. No dia 12-01, os conciliares visitaram a Ilha de
Villegaignon para lembrar os mártires calvinistas e comemorar o 4º
centenário do nascimento de Calvino.
- Na época, a Igreja Presbiteriana tinha dez mil membros comungantes,
outro tanto de menores e cerca de 150 igrejas em sete presbitérios. Uma
estatística recente dava os seguintes números para as outras
igrejas: metodistas – 6 mil; independentes – 5 mil; batistas –
5 mil; episcopais – cerca de mil.
- Em abril de 1910, o casal Reis partiu para os EUA em companhia do Dr. Hugh
C. Tucker. Álvaro manteve contatos com as juntas missionárias e
com as Assembléias Gerais das igrejas-mães. Falou extensamente
sobre o Brasil, primeiro através de intérpretes, depois em
inglês. Encontrou-se com vários ex-obreiros no Brasil (Lenington,
Kyle, Mac Laren, Howell) e com as viúvas de outros (Lane, Chamberlain,
Baird, Flamínio Rodrigues). Visitou ainda as famílias de
Henderlite, Thompson, Gammon, C. Kemper e Armstrong. Após a
Convenção das Escolas Dominicais, Álvaro foi à
Conferência Missionária Mundial, em Edimburgo, e lamentou a
exclusão das forças missionárias da América Latina.
Também esteve em Londres e outras cidades européias, visitando por
fim Lisboa, onde manteve contatos com igrejas presbiterianas.
VI. Período de
Reconstituição (1903-1917): 2ª parte –
após 1910.
1. As missões norte-americanas.
- Missão Sul: Curitiba: R.F. Lenington pastoreia a igreja,
visita Ponta Grossa e São Francisco do Sul. A Escola Americana prospera:
além das diretoras Kuhl e Dascomb, são professoras sra. Lenington,
Isabel Bichels, Maria Guimarães, Matilde Riches e as filhas do Rev. Kolb.
O presbítero Bardall e sua esposa também colaboram. Kolb e
Bickerstaph continuam em Guarapuava e Castro, respectivamente. Santa Catarina:
G.A. Landes reside na capital, visita todo o litoral e Lages, Curitibanos e
Campos Novos. Depois de estudar a língua em Curitiba, o casal Salley vai
ajudar Landes (primeiros obreiros a chegarem em catorze anos). Em 1911 chegam os
Carriel, para ajudar no Mackenzie, e os Midkiff, fundadores do Instituto
Cristão de Castro.
- Mackenzie College: após 1903, H. Lane oferece estudos
secundários gratuitos aos aspirantes ao ministério, bem como
hospedagem aos carentes. Ele criara o curso geral de preparatórios,
departamento de educação física (prof. Augustus F. Shaw),
curso de engenharia, curso comercial, e curso de letras e ciências
históricas. Após sua morte, Lane foi substituído por D.C.
MacLaren, que teve de retornar aos EUA a conselho médico. Em 1914 assume
a presidência o Dr. William A. Waddell, que desdobra o curso de engenharia
em civil e elétrica e cria os cursos de química industrial e
arquitetura. Uma lei especial de 1923 reconhece a escola e os diplomas de
engenharia expedidos até então.
- Missão Central: ao organizar-se o Presbitério
Bahia-Sergipe, a missão mantem-se à parte. Bixler continua em
Estância, Sergipe; MacCall e o novato Franklin Graham no alto São
Francisco; Waddell em Ponta Nova, até ir para o Mackenzie; Alexander
Reese em Vila Nova (Bonfim). Os obreiros do presbitério ocupam o litoral.
Em 1912, adquire-se imóvel em Salvador para a fundação de
um colégio. A missão auxilia muitas escolas paroquiais. Philippe
Landes, filho de G.A. Landes, chega em 1911 e vai para o norte de Minas.
Após breve estadia em Vila Nova, MacCall vai para Carinhanha, no sudoeste
da Bahia, visitando também o norte de Minas. Instrumento na
conversão do Cel. João Dourado, cujo filho Augusto e neto Adauto
tornaram-se ministros presbiterianos.
- Missões de Nashville: em 1908, chega a Campinas o Rev. Gaston
Boyle, filho do pioneiro Boyle. Trabalhou no campo de Bragança, indo
até a região de Cambuí. Daffin vai para Itu. Halva Hardie
continua em Descalvado; funda trabalhos em Limeira, Araras, Leme e outros
pontos. O Rev. James P. Smith, filho do velho Smith, estudou em Richmond, vindo
para o Brasil em 1909; ordenado pelo Presbitério de São Paulo,
trabalha em São Paulo e depois em Itu, Tietê e litoral,
substituindo Daffin. Os obreiros da Northern Brazil Mission – Butler,
Henderlite, Calvin Porter e Baird – continuam em seus postos. Thompson vai
cooperar no Colégio 15 de Novembro e substitui J. Gueiros em 1911.
Margaret Douglas chega em 1906 para auxiliar Elisa Reed, e em 1911 assume a
direção do colégio de Recife.
- Escola de Lavras: o Instituto Evangélico progride. Em 1908,
com a chegada de Benjamin Hunnicutt, é criada a Escola Agrícola.
Vários aspirantes ao ministério estudam no instituto: Goulart,
Emerique, Menezes, Pitta, Galdino, Kerr. Gammon, viúvo, casa-se com Clara
Moore. Em 1910 inicia-se a Escola Normal, que provoca uma grande
reação católica. Entre os obreiros destaca-se Carlota
Kemper, "a mulher mais culta do Brasil." Profunda conhecedora de latim,
matemática e história; bondosa e serviçal.
2. Presbitérios.
- Ao organizar-se a Assembléia, os presbitérios tinham os
seguintes ministros:
- Pernambuco: Butler, Henderlite, Thompson e os nacionais Juventino
Marinho (em Maceió desde 1909), Benjamim Marinho (ordenado em 1905,
serviu em Recife, Palmares, Natal), Antonio Almeida (Ceará, Acre),
Belmiro César (Maranhão), Mota Sobrinho (Paraíba).
- Bahia-Sergipe: Matatias (Salvador), Salomão Ferraz
(Canavieiras), José Osias (Cachoeira). Os missionários geralmente
ficavam fora do presbitério: Bixler (Estância), MacCall e Franklin
Graham (alto São Francisco), Waddell (Ponte Nova), Alexander Reese (Vila
Nova), Philippe Landes (1911, norte Minas).
- Rio de Janeiro: Álvaro Reis (Rio), Franklin (Riachuelo),
Omegna (Niterói, Copacabana, Valença), Lino da Costa
(Florianópolis, Ponta do Caju); interior: Henrique Louro (Friburgo),
Manuel Alves de Brito (Lumiar), Aníbal Nora (Jequitibá), Samuel
Barbosa (Calçado).
- São Paulo: James P. Smith (Itu), Gaston Boyle
(Bragança), Robert Daffin (Itapetininga, Iguape). Nacionais: Carvalhosa
(Unida), C. Braga (Sorocaba), Júlio Sanguinetti (Tatuí), Jovelino
Camargo (Pinheiros).
- Minas: Alva Hardie (Descalvado), André Jensen (Itapira),
Alfredo Guimarães (Cajuru), Alberto Zanon (de Araguari até
Paracatu, auxiliado por Palmiro Ruggeri), Zacarias de Miranda (S.J. Boa Vista,
Campinas).
- Oeste de São Paulo: Laudelino de Oliveira (Rio Claro),
João P. Garcia (São Carlos), João Vieira Bizarro
(Araraquara), Otávio Jensen (Dois Córregos), Herculano E.
Gouvêa (Jaú), Coriolano de Assunção (Botucatu).
- Sul: somente missionários: Landes, Lenington, Kolb,
Bickerstaph, Salley.
- Sul de Minas: criado por ocasião da Assembléia Geral:
Gammon, H. Allyn, Joseph Orton (episcopal inglês, trabalhou brevemente com
a Missão Leste em Lavras, Bom Sucesso, S.J. Del Rey), José Osias
(vindo da Bahia, sucedeu Menezes em Caxambu).
3. Mantiqueira e
Mato Grosso.
- Mantiqueira: dois notáveis obreiros. Aníbal Nora
trabalhou em Jequitibá por 20 anos (1908-28). Natural de Mar de Espanha,
vivera em Manhuaçu na adolescência, convertendo-se em
Lençóis, SP. Grande evangelista: em 1912 tinha 34 pontos de
pregação. Organizou a Igreja de Inhapim em 17-04-1909. Samuel
Barbosa (1881-1913): natural de Jaú, pastoreou igrejas de Botafogo (Rio),
Campos e S.J. Calçado. Homem de oração, apelidado "o
consagrado."
- Mato Grosso: Assembléia Geral pede à Missão
Central que envie um obreiro para o Mato Grosso. Franklin Graham faz longa
viagem de reconhecimento desde o norte de Minas (Januária), passando pelo
centro de Goiás (visitado por Finley em 1905), até Cuiabá
(março-outubro 1913), indo até a Bolívia. Entusiasmado com
o progresso e a liberdade de culto no Mato Grosso, fica em Cuiabá
até novembro de 1914, dando início à obra presbiteriana
nesse estado (outros missionários evangélicos já haviam
atuado na capital desde 1897). Recebe oito pessoas por profissão de
fé, quatro delas da família do crente cearense João Pedro
Dias. Em 1915 chegam o Rev. Philippe S. Landes e senhora. Landes é
convidado para lecionar inglês no Ginásio Estadual, tem muitas
polêmicas com padres.
4. Missões nacionais e
estrangeiras.
- Com a organização da Assembléia Geral, a Revista de
Missões Nacionais, então decadente, para a ser redigida por
Thomas J. Porter (1910-16), novo professor do Seminário e tesoureiro da
Assembléia. Obteve excelentes resultados.
- Portugal: mediante proposta de Erasmo Braga, a Assembléia
nomeou Álvaro Reis para ir a Portugal e estudar o início de uma
missão da IPB. Já em 1900 Álvaro falara da
criação de uma sociedade na Igreja do Rio para manter uma
missão naquele país. Primórdios evangélicos em
Portugal: Robert R. Kalley na Ilha da Madeira (1838-46). Robert Stewart,
capelão da colônia escocesa ligado à Igreja Livre da
Escócia inicia a obra presbiteriana em Lisboa (1866); a Igreja
Presbiteriana Portuguesa é organizada em 1870. O primeiro pastor é
o madeirense Antonio de Mattos; colaboradores: presb. Júlio Mange, seu
genro Roberto Moreton e Rev. Henry M. Wright. Rev. Manoel Antonio de Menezes
(1880-86). Os próximos pastores, José Nunes Chaves e José
Augusto dos S. Silva, não presbiterianos, deixam a igreja sem uma
identidade clara. Álvaro Reis reorganiza a igreja em 1910, em
entendimento com o dirigente da Missão Escocesa, Rev. Robert M. Lithgow.
- Mota Sobrinho: o primeiro voluntário brasileiro é
Matatias G. Santos, mas quem acaba indo, em 1911, é João da Mota
Sobrinho. Perde o filhinho no mesmo ano (em 1912 nasce Jorge César Mota).
Dificuldades: adaptação do culto evangélico às novas
leis da república (1/6 das contribuições a serem usadas
para beneficência) e pequeno auxílio financeiro das igrejas
brasileiras. Com o apoio de J.B. Howell, chegado em 1912 após passar pelo
Brasil, Mota funda o jornal O Doutrinador. Em 1915 fundam-se
congregações em Santo Amaro e Figueira da Foz, com trabalhos
ocasionais em Coimbra. A contínua falta de recursos obriga-o a retornar
ao Brasil em 1922.
5. Contatos com outras
igrejas.
- No 1º Sínodo, E.C. Pereira propõe congresso
evangélico com vistas à criação de uma
Aliança Evangélica. No Sínodo de 1903, Kyle propõe
que se estude a união da IPB com a I. Metodista (por problemas de
jurisdição, a questão volta a ser ventilada nos jornais das
duas igrejas em 1912-13). 1907 – IPB convida as outras
denominações para a Primeira Convenção das Escolas
Dominicais do Brasil. A ACM também tem o franco apoio dos presbiterianos.
Em 1915 reunem-se vários congressos evangélicos. A A.G. tem uma
Comissão de Relações Fraternais.
- Independentes: em 1907 ocorrem polêmicas entre sinodais e
independentes no nordeste. O Sínodo Independente publica pastorais (1908,
1911) vedando a comunhão e o púlpito a elementos da IPB.
Porém, em agosto de 1915 representantes das duas igrejas reunem-se
amigavelmente no Mackenzie. Pela IPB: Waddell, Matatias e André Jensen;
pela IPI: Pereira, Temudo Lessa e Bento Ferraz. Também seis
presbíteros. Daí resulta uma proposta que é aprovada por
unanimidade na Assembléia Geral de 1916, em Valença: a
Assembléia declara que jamais reconheceu a compatibilidade da
maçonaria e da profissão do evangelho. A declaração
agrada aos independentes e restabelece o contato entre as duas igrejas.
6. Campos às vesperas do Modus Operandi.
- Presbitério do Sul: missionários quase nas mesmas
posições; novo obreiro: Tancredo Costa.
- Presbitério de S. Paulo: Matatias substitui Carvalhosa na
Igreja Unida; a sede transfere-se para a Rua Helvetia em 1915. Igreja do
Brás sofre duro golpe com a entrada de pentecostais
(Congregação Cristã no Brasil); reage em 1915, André
Jensen assume o pastorado. Outros trabalhos da Unida: Lapa (Willes Banks ajuda
por algum tempo), Casa Verde, Osasco (João Kolb, filho). Missão
Oeste: Boyle, Daffin, J.P. Smith e Hardie nos mesmos postos.
- Presbitério Oeste de S. Paulo: Salomão Ferraz levanta
questão da validade do batismo católico. Insatisfeito,
transfere-se para a Igreja Episcopal e mais tarde forma a Igreja Católica
Livre.
- Presbitério de Minas: Zacarias de Miranda (Campinas);
Basílio Braga de Oliveira, ex-presbítero de Mogi-Guaçu
(S.J.Boa Vista); Teodomiro Emerique, cunhado de Miguel Rizzo (S.
Sebastião do Paraíso, Triângulo).
- Presbitério Sul de Minas: missionários da Missão
Leste e nacionais Américo de Menezes (Lavras), José Osias
(Caxambu) e Paschoal L. Pitta (Piumhi). O casal Shaw, tão eficiente no
Mackenzie e em Lavras, teve de voltar aos EUA por razões de saúde.
A destemida sra. Cowan, após cooperar em Jequitibá e Lavras,
encerra a sua carreira em Piumhi.
- Presbitério do Rio: Álvaro (Igreja do Rio); Franklin
pastoreou a Igreja do Riachuelo (1905-1919= )
e iniciou trabalhos em Inhaúma, Engenho de Dentro, Olaria e Rezende;
Laudelino de Oliveira (Copacabana, etc.); Henrique Louro (Niterói);
Constâncio Omegna (Valença): fundou o Ateneu Valenciano, onde
estudaram Renato Ribeiro dos Santos e José Borges dos Santos
Júnior.
- Presbitério Espírito Santo-Minas: formado em 1919
(Jequitibá e Calçado). As igrejas de Aníbal Nora têm
mais de 1300 membros (seis igrejas organizadas). Em S.J. Calçado
trabalharam Bernardino de Souza (1913), A. Nora, Otávio de Souza,
Laudelino O. Lima e André Jensen.
- Presbitério Bahia-Sergipe: em 1914 chega o casal MacClements e
Waddell vai para o Mackenzie. Bixler fixa-se em Ponte Nova (1914-24) e cria o
departamento agrícola. Professor de música, latim e grego. Em 1916
chega o Dr. Wood: saneamento, centro clínico, hospital. Os Bixler
também auxiliam. Vários candidatos ao ministério estudam na
escola na década de 1910. O campo de Goiás, aberto à
evangelização em 1916-17, ficou com a Missão Central.
Já Mato Grosso ficou a cargo da South Brazil Mission.
- Presbitério do Norte: Antonio Gueiros (Pará), Bezerra
Lima (Fortaleza), Jerônimo Gueiros (Natal), Belmiro César
(Paraíba, depois Ponta do Caju, no Rio), Antonio Almeida (Recife),
Juventino Marinho (Maceió, 1909-1921), Benjamim Marinho (itinerante).
José Acelino de Carvalho (Paraíba, ordenado em 1916). Butler
prossegue em Canhotinho. Porter coopera com a igreja e o Colégio
Americano de Recife, faz itinerância no interior do estado, vai para a
Paraíba em 1917. Henderlite e Thompson: Igreja de Garanhuns,
seminário e Norte Evangélico. Seminaristas do norte:
José Martins, Persiano Alves, Cícero Siqueira, Natanael Cortez,
Antonio Teixeira Gueiros, João Gadelha, Sebastião Gomes do
Nascimento, Samuel César.
7. O Modus Operandi (Brazil
Plan).
- O problema da relação com os missionários continua a
existir. Em 1914, Erasmo Braga publica importante artigo na Revista de
Missões Nacionais ("As relações entre os
missionários e os concílios"), com vistas à
Assembléia Geral do ano seguinte. Citando a Conferência de
Edimburgo, conclui que é chegado o momento de os missionários
cessarem sua união orgânica com os presbitérios, atuando
separadamente como colaboradores. Menciona alguns precedentes nos
Presbitérios Bahia-Sergipe, Rio, São Paulo e Pernambuco.
- Em 1915, a South Brazil Mission apresenta à Assembléia Geral
um plano de retirada dos missionários conforme a política sugerida
pelo Board de N. York. À medida que forem entrando pastores nacionais
para o Presbitério do Sul, os missionários irão saindo.
James P. Smith pede que a Assembléia se pronuncie sobre os
missionários de Nashville. A Assembléia Geral comunica ser
favorável à permanência dos missionários como membros
dos presbitérios, "enquanto isso for agradável" aos
concílios e aos missionários.
- Em 1916, na reunião de Valença, a comissão encarregada
do assunto, tendo como relator Matatias G. Santos, reconhece ser anômala a
situação dos missionários, recomendando que se desliguem
dos concílios nacionais e se estabeleça um plano de
cooperação. Nomeia-se uma comissão mista para redigir o
plano, pedindo-se aos boards que indiquem seus representantes. Membros da
comissão: IPB: Matatias e Belmiro César; Nova York: Waddell,
Salley, Lenington, Anderson, Bixler; Nashville: Gammon, Daffin, Thompson. A
Assembléia Geral de 1917 (Rio) aprova o plano. O Modus Operandi:
- O alvo último da obra missionária a criação de
uma igreja nacional autônoma. Separam-se os campos nacionais
(presbitérios) dos campos das Missões, trocando-se
relatórios para informação mútua. Os obreiros
não pertencerão a dois concílios ao mesmo tempo, podendo
haver cessão de obreiros por tempo determinado. Os missionários
podem organizar igrejas em seus campos, mas os presbitérios terão
jurisdição sobre os candidatos ao ministério. A
transferência de campos missionários aos presbitérios
não deve ser retardada e se fará por comum acordo entre as partes.
Havendo necessidade, as missões por algum tempo devem cooperar no
sustento dos campos transferidos.
- Constituiu-se uma comissão permanente com representantes de Nova York
e Nashville (três cada) e da igreja nacional (seis). A Comissão de
Modus Operandi funcionou precariamente, sendo a situação corrigida
bem mais tarde, com a formação do Conselho Inter-Presbiteriano
(1955). Em 1924, pela primeira vez na história da IPB, reuniu-se a
Assembléia Geral sem nenhum missionário como delegado de
presbitério.
8. O fim da primeira
geração.
- Nas duas primeiras décadas do século, morreram, entre outros,
os seguintes pioneiros: George W. Chamberlain (1902), Robert Lenington (1903),
João F. Dagama (1906), Emanuel Vanorden e Flamínio Rodrigues
(1907), Francis J.C. Schneider e Nannie Henderson (1910), Horace M. Lane (1912),
Samuel Barbosa e Lino da Costa (1913), Modesto Carvalhosa, Mary P. Dascomb e
Elmira Kuhl (1917), John R. Smith (1918), John M. Kyle e George Butler (1919).
- Em 1921, morreu o Rev. Antonio Bandeira Trajano. Com ele desapareceu a
primeira geração de obreiros presbiterianos do Brasil, os da
década de 1860.
VII. Período de
Cooperação (1917-1932): do Modus Operandi até o
fechamento do Seminário Unido.
1. Cooperação evangélica.
- Congresso do Panamá: Congresso de Ação
Cristã na América Latina (10-19/ 02/1916). Patrocinado pela
Comissão de Cooperação na América Latina
(presidente: Robert E. Speer). 230 delegados oficiais, sendo 145 da A. Latina e
21 "nativos." Do Brasil: Erasmo Braga, Álvaro Reis e Eduardo C. Pereira;
missionários: Samuel R. Gammon, William A. Waddell e Hugh C. Tucker.
Congressos regionais em Lima, Santiago, Buenos Aires e Rio de Janeiro. Livros:
Pan-Americanismo: Aspecto Religioso (E. Braga, 1916); O Problema
Religioso na América Latina (E.C. Pereira, 1920). Evento pioneiro;
influência do "evangelho social." Cooperação em
missões, literatura, educação cristã e
educação teológica. Dez 1916 – reunião de
missionários e nacionais no Mackenzie: criação da
Federação Universitária Evangélica. Pereira
propõe criação de um seminário unido. 1917 –
Assembléia Geral aceita o plano; nomeia Erasmo e Álvaro para
participar de reuniões de planejamento.
- Comissão Brasileira de Cooperação: criada por
presbiterianos, metodistas, congregacionais, episcopais e independentes (1917);
filial da CCAL. Agosto: decisão formal de fundar Seminário Unido
no Rio de Janeiro. Fev de 1918 – relatório de Erasmo à AG em
Lavras; apoio ao Unido e ameaça de extinção do
Seminário Presbiteriano. Erasmo é eleito secretário de
literatura da CBC; 1920 – deixa Campinas e muda-se para Niterói:
secretário-geral da CBC. Federação Universitária
Evangélica torna-se sua sub-comissão de educação.
Outros membros: União Evangélica da América do Sul,
Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, Sociedade Bíblica
Americana, ACM, União das Escolas Dominicais do Brasil, juntas de
missões da PCUSA, PCUS, Igreja Metodista (Sul) e Igreja Episcopal.
Sub-comissões: literatura, educação, trabalho entre
indígenas, pesquisa e estatística, missões médicas.
Em 1934, a CBC uniu-se ao Conselho Nacional de Educação Religiosa
e à Federação das Igrejas Evangélicas (1931) para
formar a Confederação Evangélica do Brasil.
- Erasmo Braga: culto, poliglota, "enciclopédia ambulante."
Projetos: educação (Série Braga); literatura para ED
(Livro do Professor, 1922-29); Sem. Unido; campanha em favor do
Mackenzie; missões em Portugal (1925); missões aos índios
(1928). Participações: Aliança Evangélica,
Esforço Cristão, ACM, Rotary Club, Ass. Brasileira de
Educação. Conferências: 1924 – 9ª Conv. Mundial
das EDs (Glasgow), Do Cesto da Gávea; 1925 – Congresso de
Ação Cristã na América do Sul (Montevideo); 1926
– Comitê do Cons. Missionário Internacional (Suécia),
19ª Conf. Mundial das ACMs (Finlândia), Conf. Mundial de Estudantes e
Professores Universitários Cristãos (Dinamarca), Conferência
sobre a Missão Cristã na África (Bélgica); 1927
– 34ª Reunião Anual da Conferência de Missões
Estrangeiras da América do Norte (Atlantic City); 1928 –
Reunião do Conselho Missionário Internacional (Jerusalém);
1929 – 13º Concílio Geral da Aliança Mundial de Igrejas
Reformadas (Boston), Comitê do CMI (Williamstown) e Congresso
Evangélico Hispano-Americano (Havana); 1931 – conferências da
Junta de Missões Estrangeiras da PCUSA. Escreveu The Republic of
Brazil: A Survey of the Religious Situation (1931). Faleceu em 11-05-1932.
- Seminário Unido: AG nomeou Álvaro Reis como membro da
diretoria (1918) e Américo Cardoso de Menezes como professor (1920).
Aulas começaram em 1919 na Igreja do Rio; depois no Instituto Central do
Povo (1921). Primeira turma formou-se em 1924: Armando Ferreira, Lisâneas
de Cerqueira Leite (filho de Antonio Pedro) e Abdias Nobre. Outros alunos: Mario
Neves, Paulo César, Benjamin Moraes, Rodolfo e Adolfo Anders, Antonio
Godói. Mestres: Menezes, Júlio Nogueira, Galdino Moreira, Erasmo
(1927), D.C. MacLaren; metodistas Long e Terrell; congregacionais Antonio
Marques e Alfredo de Azevedo. Outros entusiastas do Unido: Waddell, Gammon,
Lenington, Jorge Goulart e Sínodo Central. Opositores: Herculano de
Gouvêa, Coriolano de Assunção, Guilherme Kerr, e professores
de Campinas (Thomas J. Porter, Herculano de Gouvêa Jr., James P. Smith,
Miguel Rizzo. 1927 – Sínodo Meridional pede à GA para fechar
o Unido. 1932 – AG (Jequitibá) resolve fechar o Unido.
- Instituto JMC: William A. Waddell idealizou o Curso
Universitário JMC, a funcionar na fazenda do Mackenzie em Jandira. AG de
1926 (Paraíso, MG) aprovou o plano. Aulas começaram em 12-02-1928
com doze alunos. Obra de cooperação: IPB, IPI, e episcopais. Alvo:
fornecer alunos para o Unido. 1929 – cinco primeiros formandos; turma
seguinte só em 1932: foram todos para Campinas. Professores: Waddell, Dr.
C.R. Harper, Evelyn Harper (música, organizou caravanas do JMC), Temudo
Lessa, etc. Alguns alunos: Américo Ribeiro, Francisco Alves, Renato
Fiúza Teles, Valério Silva, Adauto Araújo Dourado, Waldyr
Carvalho Luz.
2. Instituições educacionais
presbiterianas.
- Seminário de Campinas: professores – anos 20: Thomas J.
Porter (até 1930), James P. Smith, Miguel Rizzo (até ir para
Unida, 1927); anos 30: Guilherme C. Kerr, Herculano Gouveia Jr., R.F. Lenington
(+1939, subtituído por Philippe Landes), José Carlos Nogueira,
Jorge T. Goulart, José Borges dos Santos Jr., Carlos Zink. Crise por
causa do Unido até 1932: turma de 1926 – só Benjamim Lenz de
Araújo César e Avelino Boamorte. 1925: curso
pré-teológico (filosofia e letras): Constâncio O. Omegna.
1933: primeira turma vinda do JMC: Paulo Araújo, Francisco Alves,
Valério Silva. Casal Eduardo Lane doou terrenos da Av. Brasil: pedra
fundamental em 1945 e inauguração em 08-09-1949 (Rev.
Américo J. Ribeiro, presidente da diretoria). Outros professores:
Júlio A. Ferreira, Waldyr C. Luz, Richard Shaull (substituiu Landes),
Eliseu Narciso.
- Seminário do Norte: transferiu-se para Recife em 1921. Em
1920, Antonio Almeida fez curso de especialização no Union
Seminary (Richmond); voltou em 1921 e fundou o Instituto Ebenézer,
anexado ao seminário. Seminário Evangélico do Norte
(interdenominacional): G. Henderlite (até 1923), Ant. Almeida (até
1947, pastoreou a Igreja de Recife por vinte anos), Jerônimo Gueiros
(até 1932), James Haldane (congregacional), Elisa Reed.
Instituição do Presbitério de Pernambuco e depois do
Sínodo Setentrional. Propriedade da Madalena foi doada pela Missão
Norte em 1924. No mesmo ano, AG reunida em Recife encampou o seminário.
Outros professores: Harold C. Anderson (1926-32, Missão Central), Israel
Gueiros, Samuel Falcão. 1936-1942: nova cooperação com
congregacionais: W.B. Forsyth e Sinésio Lira. Outros professores cedidos
pelas missões: E.R. Arehart (1942, Norte), H.T. Hinn (1946, Central).
1946: Supremo Concílio assume plena jurisdição sobre o
seminário; prof. Oton Guanaes Dourado (estudou em Princeton). Alexander
Reese (1950), Ismael Andrade (1951, estudou no Columbia Seminary), Heinz
Neumann.
- Colégios do Nordeste: Colégio de Recife –
fundadora Elisa Reed voltou ao Brasil (+1926); Margareth Douglas (1906-40).
1920: chácara da Av. Ruy Barbosa adquirida mediante oferta de amigo
norte-americano; nome da sua esposa é dado à
instituição: Colégio Evangélico Agnes Erskine.
Preparou professoras que serviram em muitas escolas do Nordeste. 1946: fundado
no Agnes o Instituto Bíblico do Norte, para preparação de
obreiras. Colégio 15 de Novembro: dirigido pelo Dr. George W. Taylor
(1920-35) e Rev. Walter Swetnam (1938). Colaborador: veterano W.M. Thompson.
Jerônimo Gueiros levantou a Igreja de Natal (1911-19), dizimada pelo mov.
independente. Foi para Recife, onde lecionou e organizou a 2ª Igreja em
27-02-1921, depois I.P. de Boa Viagem (reuniu-se inicialmente no Agnes).
3. Missões em Portugal.
- Em 1924, AG reunida em Recife encerrou o trabalho missionário em
Lisboa; Erasmo Braga eleito moderador. Em agosto, voltando da Europa, fundou com
Carvalho Braga, Álvaro Reis e outros amigos a Soc. Missionária
Brasileira de Evangelização em Portugal. Obreiro enviado: Paschoal
Luiz Pitta (e esposa Odete), pastor em Caxambu, ex-discípulo de Gammon em
Lavras. Ficou em Portugal de 1925-40. AG reconheceu a Sociedade em 1926
(Paraíso, MG). Presbitério de Lisboa organizado em 13-10-1926 com
a presença de E. Braga (Pitta e Eduardo Moreira, vindo da I.
Congregacional do Porto). Novos obreiros: Anselmo Chaves (Madeira), Aureliano
Lino Pires (JMC). Falta de recursos, concorrência de outras igrejas
(pentecostais, batistas, darbistas). Pitta escreve "Cartas de Lisboa."
4. A Missão Caiuá.
- Idealizador: Rev. A.S. Maxwell, da East Brazil Mission. Preocupado com a
situação dos indígenas, visitou aldeamentos no
Paraná em 1921. Associação Evangélica de Catequese
dos Índios: organizada em 1928, em São Paulo. Missão Leste,
IPB, IPI, I. Metodista, I. Episcopal. Apoio de E. Braga e CBC. Em 1929, seguiram
para Dourados o casal Maxwell, prof. Esthon Marques (IPI), Dr. Nelson
Araújo (médico metodista), agrônomo João José
da Silva e família (IPB). Mais tarde os Maxwell foram substituídos
pelo Rev. Orlando e Loide Bonfim Andrade. D. Loide foi ao Texas em 1954
(junho-dezembro) e fez uma campanha bem-sucedida em favor da Missão. A
Missão incluía uma igreja indígena, escola,
ambulatório e o orfanato Nhãnderoga ("nossa casa").
5. Imprensa e literatura.
- Periódicos: O Puritano, Norte Evangélico
(extintos em 1958, criado o Brasil Presbiteriano), Revista das
Missões Nacionais (redatores: T. Porter, André Jensen, M.
Rizzo, G. Moreira) e outros de curta duração: O Evangelista
(Querubino dos Santos, Araguari, 1900), Imprensa Evangélica
(Matatias G. Santos, Salvador, 1911), O Evangelista (Alva Hardie,
Descalvado, 1913).
- Literatura evangélica: publicações da Rua das
Janelas Verdes (Lisboa) com apoio da Igreja Escocesa: romances e novelas, O
Peregrino, etc. Anos 20: Imprensa Metodista e Casa Publicadora Batista.
Entre os presbiterianos, somente esforços isolados e efêmeros.
Área mais fértil: literatura polêmica. O Problema
Religioso na América Latina (ECP); A Igreja, a Reforma e a
Civilização (Leonel Franca); Roma, a Igreja e o
Anticristo (Ernesto Luiz de Oliveira).
- Bíblia: tradução de Blackford.
Tradução Brasileira: preparada em 1904-1914 e publicada em
1917. Comissão: H.C. Tucker (presidente), Antonio B. Trajano, E.C.
Pereira, J.M. Kyle, John R. Smith, Alfredo B. Teixeira (IPI), Hipólito de
O. Campos (metodista), W. Cabell Brown (episcopal), Virgílio Varsea (R.G.
Sul) e Alberto Meyer (Friburgo). A Sociedade Bíblica Britânica e
Estrangeira e a Sociedade Bíblica Americana (no Brasil desde 1856 e 1876,
respectivamente) uniram-se em 1942: Sociedades Bíblicas Unidas. Sociedade
Bíblica do Brasil: fundada em 12-06-1948 na Igreja Batista do Rio.
- Hinários: a Confederação Evangélica do
Brasil formou Comissão do Hinário (1935-36). O Hinário
Evangélico foi publicado no Rio em 1945; o HE com Músicas
Sacras em 1952, e a 2ª edição do HE em 1953.
6. Personagens.
- Leigos destacados: colportores, pregadores, jornalistas,
administradores, professores, hospedeiros, benfeitores. Alguns nomes: Firmino
Lourenço de Souza (Campo Largo, PR: alfabetizador), Antonio Pádua
Dias (Cabo Verde, MG: autodidata, defensor da liberdade de consciência),
Eduardo José Duarte (Lençóis, Botucatu: evangelista),
Querubino dos Santos e Tertuliano Goulart (Triângulo Mineiro:
jornalistas), Cel. Custódio da Veiga (Nepomuceno, MG: homem
público, benemérito), Com. Antonio Januzzi (Valença, RJ:
benfeitor), Gustavo Dias de Assunção e Carlos José
Rodrigues (tesoureiros da IPB), Guilherme Klopffleisch (Paraná:
presbítero), Eliezer dos Santos Saraiva (I. Unida: paladino da Escola
Dominical), Cel. Joaquim Ribeiro (Rio Claro: líder presbiteriano),
Benjamin Hunnicutt (Lavras, São Paulo: homem influente), José
Carlos Rodrigues (Rio de Janeiro: jornalista, escritor, filantropo).
- Obreiros falecidos: Rev. Álvaro Reis: defendeu uso do
cálice comum (1913), grande pregador ("Sete Palavras da Cruz," 1914),
apoiou o Seminário Unido, vida conjugal exemplar (casal criou 14
órfãos), foi à Conv. Mundial de EDs em Tóquio
(1920), Congresso de Montevideo (1925); morreu em 04-06-1925. Dª Carlota
Kemper (+15-05-1927). Dr. Samuel R. Gammon (+1928).
VIII. Período de Organização
(1932-1959): do fechamento do Seminário Unido até os
preparativos para o centenário.
1. Os Sínodos.
- Setentrional:
- Presbitério de Pernambuco: 1ª I.P. Recife: J.R. Smith, G.
Butler, Juventino Marinho, Antonio Almeida, Israel Gueiros (também
médico, professor do seminário, filho de Antonio Gueiros);
cisão em 195 . Grupo fiel à IPB: Rev. Abelardo Pais Barreto.
2ª I.P. (Boa Vista): Jerônimo Gueiros (+07-04-1953). 1958: dez
igrejas em Recife e imediações. Desdobramentos:
- Presbitério do Norte: primeira reunião em Fortaleza,
1920; depois Presbitério Ceará-Amazônia. Igrejas: Manaus: R.
Bezerra Lima (1917-21), João Gadelha (1921), Bezerra Duarte, Alcides
Nogueira (1931-38); Congregação de Sena Madureira (Acre): visita
de A. Almeida em 1909. Belém: Bezerra Lima, Wilson Souza, Teixeira
Gueiros (sobrinho de Jerônimo e Antonio), foi governador do estado.
São Luís: Bezerra Lima; Caxias: Otávio Valois Costa,
interior do estado e Piauí. Fortaleza: Natanael Cortez, foi presidente do
SC.
- Presbitério do Sul de Pernambuco (1927): membros: Ageu Silva,
Antonio Gueiros, Antonio Montenegro, A. Vitalino de Melo, Benjamim Marinho,
Cícero Siqueira, Perciano Alves da Silva e W.M. Thompson. Igrejas:
Maceió, Canhotinho, Garanhuns, Gileade, Palmares, Gameleira, Cachoeira
Dantas, Catonho, Água Belas, Catende, Vitória. Maceió:
Juventino Marinho, Antonio Montenegro (1921-25), Vitalino, Aureliano
Gonçalves Guerra (1928), Celso Lopes. Garanhuns: Antonio Gueiros
(1914-45): fundou muitas igrejas. Colégio 15 de Novembro: Thompson (+195
), G.W. Taylor, W.G. Neville.
- Bahia-Sergipe:
- Surgiu em 1950, quando o Presbitério Bahia-Sergipe dividiu-se em
Presb. de Salvador, Presb. De Campo Formoso e Presb. de Itabuna. Veteranos:
Manoel Antonio da Silva e Estêvão de Araújo (ordenados em
09-07-1911). Outros: Sérgio Maranhão (Salvador, Rio), Augustu
Dourado (pai de Adauto Araújo Dourado), Sebastião Gomes,
Otacílio Alcântara, Alfeu de Oliveira (filho de Martinho), Antonio
dos Santos (Sergipe, companheiro de Graham na viagem pelo Brasil central),
Antonio Elias da Silva (Caravelas), Basílio Catalá de Castro
(2ª I.P. Salvador, Colégio 2 de Julho, deputado federal). Eudaldo
Silva Lima (ordenado em 1941; Campo Formoso, Escola Americana, fundada em 1916),
Aristeu Pires (capital e interior; lecionou no Seminário de B. Aires).
- Minas-Espírito Santo:
- O Presb. do Rio de Janeiro desdobrou-se no Presb. Espírito
Santo-Minas (20-01-1919): enorme crescimento, desdobrou-se em Presb. Leste de
Minas e Presb. do Espírito Santo (14-12-1925); mais tarde, Presb.
Nordeste de Minas (1936): Vale do Rio Doce e Missão Presbiteriana de
Vitória. Em 1946 passou a chamar-se Presb. Vale do Rio Doce; Figueira do
Rio Doce = Governador Valadares. Deste surgiram os Presbitérios de
Caratinga (1953), Rio Doce, Resplendor e São Mateus (desdobrado
também do Presb. de Vitória, criado em 1948: norte do estado). O
Presbitério do Espírito Santo dividiu-se em Cachoeiro de
Itapemirim e Alegre. O Sínodo E.Santo-Minas surgiu em 1946; mais tarde
desdobrou-se em Sínodo do E. Santo e Sínodo Leste de Minas.
- Obreiros: Minas: Aníbal Nora, João Alves de
Barros (depois, I.P. Ramos, Rio; filho do Rev. Lourenço de Barros, pastor
de Manaus), Davi de Almeida Leitão e irmão José Martins de
Almeida Leitão (pernambucano, discípulo de Butler e Henderlite,
+1935) e outros. Jequitibá: Cícero Siqueira (1929): igreja e
colégio; Caratinga: Uriel de Almeida Leitão (diretor do
ginásio evangélico); G. Valadares: Apolinário Sathler,
Boanerges de Almeida Leitão. Resplendor: Sinval de Moraes.
Espírito Santo: Mário Neves: missão de
Vitória (1925-30), Colatina, etc. Auxílio dos aspirantes
José Rocha, Jáder Coelho, Natanael Emerique, João Rangel.
Cachoeiro de Itapemirim: Jáder Coelho (Ateneu Cachoeirense).
- Sínodo Central:
- Formado em 1928, lutou pelo Seminário Unido. Presb. Barra do
Piraí (22-02-1929): depois Presb. Oeste Fluminense. Henrique Louro,
Ricardo Mayorga, José C. Segovia. Presb. de Niterói (20-02-1929):
depois Presbitério Leste Fluminense; 1º moderador: Erasmo Braga.
José Martins, Benjamim César (Campos), Armando Ferreira
(Friburgo). Presb. de Campos (1948).
- I.P. Rio de Janeiro: Matatias G. Santos (22-08-1926);
congregações organizadas em igrejas: Madureira, Bento Ribeiro,
Realengo, Bangu, Santa Cruz, Turiassu; outras tornaram-se
congregações presbiteriais; construção da catedral;
Instituto Renascença (1931). Amantino Adorno Vassão (07-01-1945).
Copacabana: Benjamim Moraes; Riachuelo: Galdino Moreira. Friburgo: Henrique
Louro, Bernardino de Souza, mais tarde Levi Alt. Valença (org.
08-04-1910): pioneiros: Franklin do Nascimento, Constâncio O. Omegna
(1910) e Ateneu Valenciano, Com. Antonio Januzzi.
- O Sínodo Central incluía o Presb. Sul de Minas (Mário
Lício, Abdias Nobre) e depois o Presb. Oeste de Minas (21-01-1939), que
ía de Lavras a Belo Horizonte: Jorge Goulart, Francisco Alves (Lavras),
Paulo Pernasetti (Campo Belo, Varginha, Brás, SP), Osvaldo S. Emerique
(Campo Belo).
- Meridional:
- Sínodo histórico: 1910-47; lutou pela sobrevivência do
Sem. de Campinas. Presbitérios de Minas, Oeste de São Paulo,
Itapetininga (1927-32: Presb. de Faxina) e do Sul. Este desdobrou-se em 1936:
Presb. Norte do Paraná, e em 1956: Presb. de Curitiba e de
Florianópolis. O do Norte do Paraná desdobrou-se em Presb. de
Castro e de Curitiba? Presb. de Sorocaba (1940): saído do de São
Paulo; Presb. de Jundiaí (1958): saído do de Sorocaba.
- Obreiros: Presb. de São Paulo: Igreja Unida: Matatias G. Santos
(até 1926), Miguel Rizzo Jr., José Borges dos Santos Jr. Presb.
Sorocaba: do sul de Minas a Cananéia. Miranda Costivelli (neto de
Zacarias), Antonio Marques da Fonseca Jr. Presb. Itapetininga: Uriel de Moura,
Waldemar Wey. Presb. de Botucatu (08-02-1927): Coriolano de
Assunção, Ludgero Braga, William Sim, Nicodemus Nunes, Nelson
Omegna, Celso Assunção. Presb. do Sul: I.P. Curitiba: G.A. Landes,
R.F. Lenington, Luiz César, Parísio Cidade, Osvaldo S. Emrich.
Igrejas históricas: Sengés, Castro, P. Grossa, Guarapuava. Piquet
P. Carvalhosa, Henrique Camargo, Haroldo Cook, Ricardo Mayorga, Daniel Kowalsky,
Helcias Schelesky, Martinho Rickli, Armando Amorim, Virgílio Salmon,
Djalma Mainguê. Santa Catarina: Júlio Nogueira, Aníbal Nora,
Palmiro Ruggeri, Nelson Omegna, Tancredo Costa, Agenor Mafra, Armando Amorim.
- Rio Grande do Sul: depois da igreja de Vanorden em Rio Grande, surgiu uma
congregação presbiteriana em Pelotas (1921), por iniciativa de
Álvaro Reis. Obreiros: Benjamim Lenz de Araújo César e
Piquet Carvalhosa. Entregue ao Presb. do Sul em 1923, extinguiu-se pouco depois.
Mais tarde o Rio Grande do Sul tornou-se campo da Junta de Missões
Nacionais.
(f) Oeste do Brasil:
- Formado em 1947: território dos antigos Presbitérios de Minas
e Oeste de S. Paulo. Presb. de Minas: indiviso de 1888 a 1945, porém com
igrejas quase sempre só em São Paulo. Basílio Braga,
Teodomiro Emerique, Alberto Zanon, Alfredo Guimarães, Alva Hardie,
Avelino Boamorte, José Borges, Henrique Maurer, Benedito Alves da Silva,
Ernesto Alves Filho, Júlio Andrade Ferreira (ord. 17-01-1937). Igrejas:
Cajuru, Casa Branca, Itapira, S.J. Boa Vista, Paraíso, Passos, Cabo
Verde, Americana. Em 1945 passou a chamar-se Presb. de S.J. Boa Vista, depois
Presb. de Ribeirão Preto. Surgiu o Presb. de Campinas: Américo J.
Ribeiro, Norivaldo Nicácio, Benedito A. Silva.
- Presb. Oeste de São Paulo (1900): Herculano Gouveia (+1931),
João V. Bizarro, Laudelino. Araraquara: João Pereira Garcia,
José Carlos Nogueira (1921, depois Rio Claro). Brotas: Leonardo de
Campos. Jaú: Tancredo Costa, Luiz Rodrigues Alves. Barretos: Renato
Ribeiro dos Santos. A criação dos Presbs. de Araraquara e de Rio
Claro (1947) permitiu a formação do Sínodo Oeste do Brasil.
Presb. de Bauru (19-02-1944): desdobrado do de Botucatu. Ludgero Braga,
Gutemberg de Campos, Paulo Araújo, Antonio Soto Arana. No final da
década de 1950, foram entregues pelas missões os
Presbitérios do Triângulo Mineiro, Goiás e Cuiabá.
2. As Missões.
(a) Da PCUS:
- Missão Norte: colaborou com o Seminário do Norte,
Colégio Agnes Erskine, 15 de Novembro, Tipografia Norte
Evangélico. Maior dos antigos obreiros: William C. Porter; evangelizou o
Rio G. Norte e a Paraíba. Faleceu em João Pessoa em 1939, seguido
por Da. Catarina. Em 1954 havia cinco campos: Maranhão-Piauí,
Ceará, Paraíba-Rio Grande do Norte, Pernambuco-Alagoas-Sergipe,
Garanhuns. Cinco diretores, 11 pastores nacionais, 14 obreiros leigos, 20
professores primários. Outros: Langdon Henderlite, W.B. Moseley.
- Missão Leste: Sra. Cowan (Bagagem, Araguari, Jequitibá,
Piumhi); Ruth See e Sra. Armstrong (escola em Bom Sucesso, Campo Belo); casal
Allyn e casal Baker (Dr. Frank Fisher Baker, genro dos Allyn): Varginha, 1920.
Baker depois lecionou no Seminário. Nos anos 20 chegaram os Sydenstricker
e os Davis: S.J. Del Rei, Alfenas, Campanha. O Rev. Albert Maxwell convidou
Philippe Landes, pastor em Campo Grande, para assumir o trabalho de Dourados. Em
02-03-1937, ele recebeu os primeiros membros: Celanira Pires de Carvalho,
Celanira Pires Vieira, Marcelino Pires de Carvalho e Marçal de Souza
(índio); pouco depois, Nerino Pires de Carvalho. Em 1942, Marion e
Margarida Sydenstricker foram para Dourados. A igreja foi organizada em 1951.
- Missão Oeste: família Hall, de Americana: várias
esposas de missionários. Litoral: Willis R. Banks, James P. Smith. Itu:
Gaston Boyle (genro do velho Smith), casal Hurst. Eduardo Lane II: após
pastorear na Carolina do Norte e Virgínia, voltou ao Brasil com D. Mary
em 1921. S. Sebastião do Paraíso (1921-31) e Patrocínio;
depois Jaboticabal, Barretos e Campinas. Nos anos 20, a Missão Oeste
deixou ao Presb. de São Paulo os velhos campos (Juquiá,
Itapetininga, Itu, Bragança) e concentrou-se em Paraíso, Passos e
Triângulo Mineiro. Alva Hardie: Patrocínio (1924); James R. Woodson
(1924); Daffin: Barretos, Ribeirão Preto, Franca. Júlio A.
Ferreira professou a fé com Daffin em Ribeirão Preto (1926).
- Instituto Bíblico de Patrocínio: a Missão Oeste
priorizava a evangelização e não a educação.
Daí, idéia de uma escola para formar evangelistas, fundada por
Edward e Mary Lane em 1933. Convenções anuais de uma semana para
líderes. Outros dirigentes: George e Hazel Hurst, Frances Hesser.
(b) Da PCUSA:
- Missão Central: principais campos (1920): Ponte Nova, bacia do
S. Francisco, sul da Bahia, norte de Minas. MacCall aposentou-se em 1924 e
voltou para os EUA. Filhos de Waddell: Kenneth (médico em Ponte Nova),
Richard (chegou em 1932). Veteranos falecidos: Pierce Chamberlain (1929), Sra.
Chamberlain (1930), Donald MacLaren (1930). Igrejas diminuem por causa da seca,
êxodo para o sul. Escola de Ponte Nova continua a formar
professores. Hospital: Drs. Waddell e W. Welcome Wood. Campo transferido para o
presbitério em 1922. Colégio 2 de Julho (Salvador):
iniciado em 1926-28 por Peter e Irene Baker, depois chamados para o Mackenzie e
substituídos pelo Rev. Ellis Gravis. Primeiros missionários
aviadores: Roger Perkins, George Glass.
- Missão Sul: John B. Kolb: Santa Catarina (1902-1906),
Paraná (Ponta Grossa, Guarapuava, 1906-1921). George Landes: após
aposentar-se, ajudou o filho Philippe em Mato Grosso. Roberto Frederico
Lenington: Curitiba até 1932, depois Seminário Presbiteriano.
Casal Bickerstaph: 12 anos em Lages e oeste de Santa Catarina (Herval,
Xanxerê, Palmas); depois, Harry Midkiff: Lages e centro do estado
(Curitibanos, Bom Retiro, Rio do Sul). Escola Americana de Curitiba foi
arrendada para o Rev. Luís César em 1934 (trazia deficits à
Missão). Instituto Cristão de Castro:
administração do Rev. Martinho Rickli (1937), depois pertenceu
à sua família. A Missão Sul fundiu-se com a Central por
volta de 1937.
- Goiás e Mato Grosso: Rev. Franklin Graham mudou-se para
Planaltina em 1922 (serviços médicos, escola); igreja organizada
só em 1934; campo incluía Arraias e Cavalcante. Depois, Donald F.
Reasoner. Jataí: casal Salley (1931): pioneiros do sudoeste goiano. Rio
Verde: Dr. Donald Gordon (1936): escola de enfermagem. Mato Grosso:
Philippe Landes percorria o interior enquanto o velho Landes ajudava na capital.
A Igreja de Cuiabá foi organizada em 12-10-1920. Outros obreiros: Adam
Martin (1919), Roy Harper (1925), Augusto Araújo (1934), genro do
pioneiro João Pedro Dias. Escola fundada em 1916, transferida para Buriti
em 1919. Dirigentes: casal Moser (até 1941 e depois de 1953), Annie
Hastings, Jean Graham. Antiga política de Waddell: evangelista
–pastor + educador, agrônomo, médico. Trabalhos iniciados por
Landes: Rosário Oeste: início em 1917, profissões de
fé em 1924; Roy Harper (1928-31), Floyd Grady (1948). Campo Grande:
início em 1934, igreja organizada em 1935; Revs. Eudes Ferrer (1937),
A.G. Martin, Waldyr C. Luz, Augusto Araújo, Ashmun Salley, Alfredo
Marien. Outras: Aquidauana (1940), Guia Lopes, Corumbá (1950),
Poxoréu (1950), Rondonópolis (1948). Presbitério de
Cuiabá (1958?).
VIII. Período de
Organização (1932-1959): 2ª parte
1. Organizações da Igreja.
- Senhoras: primeiras Sociedades Femininas: Recife (11-11-1884) e Rio
Claro (08-01-1885); primeiras federações: Presb. Sul de Minas
(Lavras, 1921, organizadora: Genoveva Marchant); Presb. Pernambuco (1924). Em
1928, a AG nomeou o primeiro secretário geral do trabalho feminino (Jorge
Goulart). Em 1929, surgiu a Federação do Presb. Sul de Pernambuco,
organizada por Da. Cecília Siqueira. Em 1932 foi nomeada a primeira
secretária geral: Genoveva Marchant; depois, Blanche Lício e
Cecília Siqueira (1938). O 1º congresso nacional reuniu-se na I.P.
Riachuelo (23-26/06/1941). Em 1945 foram organizadas as primeiras
Confederações Sinodais. O 2º congresso nacional deu-se no Rio
em 1954; Da. Nady Werner assumiu a secretaria executiva. 3º congresso
nacional: Salvador.
- Mocidade: entidades precursoras: ACM (Myron Clark), Esforço
Cristão (Clara Hough, Botucatu, 1891; Elmira Kuhl, Curitiba, 1898);
União de Estudantes para o Trabalho de Cristo (1925, Granbery), depois
União Cristã de Estudantes do Brasil (UCEB). Líder: Rev.
Eduardo Pereira de Magalhães (neto de ECP). 1º Congresso Nacional da
Mocidade Evangélica (Rio, 15-21/08/1938). 1ª federação
de mocidade: Presb. Sul de Minas (Paulo Freire de Araújo). Supremo
Concílio de Fortaleza (1938) criou a secretaria do trabalho da mocidade
(Benjamim Moraes). 1946 – 1º congresso nacional e
criação da confederação, em Jacarepaguá (seis
federações); 2º congresso: Recife, 1949; 3º congresso:
Lavras, 1952 (vinte e nove federações). Líderes: Benjamim
Moraes, Francisco Alves, Wilson Fernandes, Jorge César Mota, Paulo
César, Waldo César, Tércio Emerique, Gutemberg de Campos,
Paulo Rizzo, Billy Gammon.
- Junta de Missões Nacionais: em 10-09-1940 foi organizada na I.
P. Unida a Junta Mista de Missões Nacionais, com representantes da IPB e
das missões de Nova York e Nashville. Líderes: Coriolano de
Assunção, G. Kerr, Philippe Landes, E. Lane, Lício
(presidentes); Carlos José Rodrigues, Eurico Ribeiro dos Santos
(tesoureiros); José Carlos Nogueira (secr. executivo). Primeiros campos:
Alta Araraquarense (Tanabi, Monte Aprazível, Mirassol, Jales,
Votuporanga), Alta Paulista (Lucélia, Adamantina, etc.), norte do
Paraná, Teófilo Otoni (Antonio Elias), Guanhães,
Virginópolis, Peçanha, Pará (região bragantina,
Altamira), Criciúma, Irati, Rio Grande do Sul. De 1940-58 a Junta ocupou
15 regiões, com cerca de 150 locais de pregação, de norte a
sul do Brasil. Em 01-07-1950 foi criada a Missão Presbiteriana da
Amazônia.
- Missão em Portugal: Assembléia Geral: João da
Mota Sobrinho (1911-1922), Sociedade Brasileira de Evangelização:
Paschoal Luiz Pitta (1925-1940); Paulo Villon. Supremo Concílio encampou
a SBE em 1944 e autorizou a criação da Junta de Missões
Estrangeiras. Apoio da PCUSA e PCUS graças à
mediação dos Revs. Samuel Rizzo e Ricardo Waddell (Junta
Presbiteriana de Cooperação em Portugal). Primeiros
missionários: Natanael Emerique (1944), Aureliano Lino Pires (1946),
Natanael Beuttenmuller (1947). A Junta de Nova York enviou Manuel da
Conceição Jr. e Benjamin Bush. Também foram recebidos
três pastores congregacionais e suas igrejas (Rossio, Lisboa e Figueira da
Foz). Foi formado o Presbitério de Lisboa, com dez pastores e cinco
igrejas, e um seminário teológico. Outro obreiro: Rev.
Teófilo Carnier.
- Casa Editora Presbiteriana: em 1945, no início da Campanha do
Centenário, o Supremo Concílio nomeou uma comissão para
organizar uma "casa editora." Presidente: Rev. Boanerges Ribeiro;
secretário: Pb. Armando de Azevedo (Bauru); tesoureiro: Pb. João
Lupion Filho (Itapetininga); gerente: Péricles de Oliveira Paulo. A
primeira sede da Casa Editora foi uma sala cedida pela I. P. Unida, na Rua
Helvetia.
- Orfanatos: em 1910 a Assembléia Geral planejou um orfanato a
funcionar em Lavras; comissão organizadora: Cel. Joaquim Ribeiro dos
Santos, Álvaro Reis, Herculano Gouveia, Basílio Braga, Guilherme
Kerr, Pb. Sebastião Pinheiro. Em 1919 o orfanato passou a funcionar em
Valença, ainda de modo precário. A associação foi
incorporada em 1923. Finalmente, em 1929 houve um acordo com a I.P. de
Copacabana, que cedeu as suas propriedades em Jacarepaguá. Em 1931 foi
criada a Sociedade Maternal dos Órfãos; o orfanato veio a
chamar-se Instituto Álvaro Reis. Outros colaboradores: Com. Antonio
Januzzi, Eugênio de Paiva Rios, Paulo Lenz de Araújo César,
etc. Surgiram outros orfanatos em São Gonçalo, Rio Claro,
Garanhuns e Dourados.
- Conselho Interpresbiteriano: em janeiro de 1954 reuniu-se no
seminário de Campinas a Conferência Interpresbiteriana, com muitos
delegados da IPB e das juntas de Nova York e Nashville. Após a
aprovação do Supremo Concílio e das juntas de
missões, o Conselho Interpresbiteriano foi instalado no Rio de Janeiro em
29-01-1955. O CIP era uma comissão do Supremo Concílio que devia
superintender as relações da igreja com as missões e com as
juntas dos EUA. Tinha mais autoridade do que o "modus operandi" de 1917; visava
reintegrar os campos missionários, sem fundi-los à igreja
nacional.
2. Cisões.
- Igreja Presbiteriana Independente: criada em 1903, quatro anos depois
tinha 56 igrejas e 4.200 membros comungantes. Fundou um seminário em
São Paulo. Em 1908 foi instalado o Sínodo, inicialmente com
três presbitérios; em 1957 foi criado o Supremo Concílio,
com três sínodos, dez presbitérios, 189 igrejas locais e 105
pastores. O Estandarte, fundado em 1893, continuou a ser o jornal
oficial. Após o Congresso do Panamá (1916), a IPI aproximou-se da
IPB e das outras igrejas evangélicas. A partir de 1930, surgiu um
movimento de intelectuais (entre eles o Rev. Eduardo Pereira de
Magalhães) que pretendia reformar a liturgia, certos costumes
eclesiásticos e até mesmo a Confissão de Fé. A
questão eclodiu no Sínodo de 1938. Um grupo organizou a Liga
Conservadora, liderada pelo Rev. Bento Ferraz. A elite liberal retirou-se da IPI
em 1942 e formou a Igreja Cristã de São Paulo.
- Igreja Presbiteriana Conservadora: foi fundada pelos membros da Liga
Conservadora em 1940. Em 1957, contava com mais de vinte igrejas, em quatro
estados, e tinha um seminário. Seu órgão oficial é
O Presbiteriano Conservador. Filiou-se à Aliança
Latino-Americana de Igrejas Cristãs e à Confederação
de Igreja Evangélicas Fundamentalistas do Brasil.
- Igreja Presbiteriana Fundamentalista: Israel Gueiros, pastor da
1ª I. P. de Recife ligado ao Concílio Internacional de Igrejas
Cristãs (Carl McIntire) liderou uma campanha contra o Seminário do
Norte sob a acusação de modernismo. Fundou outro seminário
e foi deposto pelo Presbitério de Pernambuco em julho de 1956. Em 21 de
setembro foi organizada a IPFB com quatro igrejas locais (inclusive elementos
batistas e congregacionais), que formaram um presbitério com 1800
membros.
3. As Constituintes.
- Além da Confissão de Fé e dos catecismos de
Westminster, o Sínodo de 1888 adotou o Livro de Ordem (publicado na
Imprensa Evangélica em 1881) da I. P. dos Estados Unidos, com as
emendas adotadas pelos presbitérios. A Assembléia Geral de 1912
ordenou a revisão do Livro de Ordem, que só foi concluída
em 1924, sendo as modificações não essenciais. Convocada
pela A.G. de 1936 (Caxambu), a Constituinte reuniu-se em 09-12-1937 no Rio de
Janeiro, sob a presidência do Rev. Galdino Moreira. (A
Constituição da IPI, publicada em 1934, exerceu forte
influência.)
- A Constituição de 1937 entrou em vigor sob protestos do norte,
que não enviara representantes e não concordava com as
modificações feitas. No ano seguinte, o Supremo Concílio
reuniu-se em Fortaleza e elegeu presidente o Rev. Guilherme Kerr, também
avesso às mudanças. O concílio remeteu aos
presbitérios uma proposta de reforma do Art. 59, que dizia não
haver distinção de sexo para o ofício do diaconato. O
Supremo Concílio de 1942 (Botucatu) resolveu a questão a contento
do norte, que continuou protestando contra outros pontos
("confirmação", "Igreja Cristã Presbiteriana", etc.).
- O Supremo de 1946 (Copacabana) convocou uma constituinte e a nova
Constituição foi promulgada em 1950 na reunião de
Presidente Soares. O Código de Disciplina e os Princípios de
Liturgia foram promulgados em 1951 no templo da Igreja Unida pelo Supremo
reunido em Jandira. Essas assembléias foram presididas pelo Rev. Dr.
Benjamim Moraes Filho.
4. Movimentos
cooperativos.
- Entidades com participação presbiteriana:
Associação Evangélica Beneficente (AEB), fundada em
08-09-1928 pelo Rev. Otoniel Mota; Associação Cristã de
Beneficência Ebenézer (ACBE), dirigida pelo Dr. Benjamin H.
Hunnicutt; Associação Evangélica de Catequese dos
Índios, fundada em 1928 pelo Rev. Albert S. Maxwell, depois Missão
Evangélica Caiuá; Instituto José Manoel da
Conceição (JMC), fundado em 1928 pelo Rev. Dr. William A. Waddell;
Confederação Evangélica do Brasil, fundada em 1934; Centro
Áudio-Visual Evangélico (CAVE), fundado em 1951 por Robert
McIntire, Celso Wolf e George Glass; Universidade Mackenzie, transferida
à IPB no início dos anos 60.
5. A Campanha do
Centenário.
- Foi lançada no Supremo Concílio de 1946. Presidente: Rev.
Natanael Cortez. Objetivos: avivamento espiritual; expansão
numérica (dobrar o número de membros); consolidação
das instituições da igreja; afirmação da fé
bíblica e reformada; homenagem aos pioneiros. A Comissão Central
do Centenário foi organizada em 1948 com seis membros nacionais e seis
missionários. Problemas: falta de recursos para a campanha, precariedade
dos jornais da igreja, reforma da Constituição, questão
ecumênica (CMI, Israel Gueiros), malogro da tentativa de união com
a IPI.
- Após 1950 a campanha ganha ímpeto, com séries de
conferências e esforço evangelístico. Publica-se o Boletim
do Centenário. A Comissão Unida do Centenário (IPB, IPI e
Igreja Reformada Húngara) se mobiliza. Planeja a grande campanha de Edwyn
Orr e William Dunlap, que se estende por todo o Brasil em 1952. Seguem-se outras
campanhas. O Supremo de 1954 (Recife) elege como presidente José Borges
dos Santos Jr. Outras medidas: criação do Museu Presbiteriano,
Brasil Presbiteriano, Seminário do Centenário. A 18ª
Assembléia da Aliança Presbiteriana Mundial reuniu-se em S. Paulo
de 27-07 a 06-08. Lema do centenário: "Um ano de gratidão por um
século de bênçãos."
6.
Estatística de 1957.
Seis sínodos, 41 presbitérios, 489 igrejas, 61
congregações presbiteriais, 2.101 pontos de
pregação, 812 congregações de igrejas, 369 ministros
ordenados, 127 candidatos ao ministério, 89.741 membros comungantes,
71.650 membros não-comungantes.
7. Reuniões do Supremo Concílio (e
presidentes).
1938 – Fortaleza: Rev. Guilherme Kerr
1942 – Botucatu: Rev. José Carlos Nogueira
1946 – Copacabana: Rev. Natanael Cortez
1950 – Presidente Soares: Rev. Dr. Benjamim Moraes Filho
1951 – Jandira (extraordinária)
1954 – Recife: Rev. José Borges dos Santos
Júnior
1958 – Lavras: Rev. José Borges dos Santos
Júnior
1959 – Rio de Janeiro (extraordinária, 10-12 agosto)