Calvino, o Exegeta da Reforma
Alderi Souza de Matos
- Síntese biográfica.
- 1509 – Calvino nasceu em Noyon. Seu pai, Gérard Cauvin
era assistente do bispo local; sua mãe Jeanne morreu quando Jean tinha
cinco ou seis anos. Viveu por alguns anos com a família Montmor. Aos 12
anos, recebeu um benefício eclesiástico cuja renda serviu-lhe de
bolsa de estudos.
- 1523 – início dos estudos em Paris: Collège de la
Marche (humanidades, latim) e Collège de Montaigu (teologia). Em 1528 foi
estudar direito em Orléans e depois em Bourges, onde também
estudou grego com Melchior Wolmar. Com a morte do pai, em 1531, voltou a Paris e
dedicou-se à sua verdadeira paixão – a literatura
clássica. No ano seguinte publicou um comentário sobre o tratado
de Sêneca Sobre a Clemência.
- 1533 – converteu-se ao evangelho, talvez sob a influência
do primo Robert Olivétan. No final do ano, fugiu de Paris sob
acusação de ser o co-autor de um discurso feito por Nicholas Cop,
o reitor da universidade. Em 1534, voltou a Noyon e renunciou ao
benefício eclesiástico. Escreveu o prefácio do N.T.
traduzido por Olivétan (1535).
- 1536 – primeira edição das Institutas,
introduzidas por uma carta ao rei Francisco I. Alguns meses depois, Guilherme
Farel o convenceu a ajudá-lo em Genebra, que acabara de abraçar a
reforma. Entraram em conflito com as autoridades civis sobre questões
eclesiásticas: disciplina, confissão de fé, liturgia. Foram
expulsos.
- 1538 – foi para Estrasburgo, onde vivia o reformador Martin
Bucer. Atuou como pastor, professor, participante de conferências.
Casou-se com Idelette de Bure (+1549). Escreveu nova edição das
Institutas (1539), o Comentário de Romanos, a Resposta a
Sadoleto e outras obras.
- 1541 – retornou a Genebra, assumiu o pastorado da igreja,
escreveu as Ordenanças Eclesiásticas. Enfrentou tremendas
lutas com as autoridades e algumas famílias locais.
Execução de Miguel Serveto em 1553. Intensa atividade de Calvino
como pastor, pregador, mestre, administrador e escritor. Produção
dos comentários bíblicos.
- 1555 – a autoridade de Calvino finalmente prevaleceu. A
Academia foi inaugurada em 1559 (o mesmo ano em que veio a lume a última
edição das Institutas, João Knox voltou à
Escócia, e reuniu-se o primeiro sínodo da Igreja Reformada da
França). Calvino faleceu em 27-05-1564.
- Definição de termos.
- Exegese: a análise e explanação de um
texto, geralmente em conexão com uma interpretação
detalhada, científica ("crítica"). Distingue-se de
"hermenêutica" no sentido de que esta refere-se ao princípios de
interpretação, enquanto que a exegese trata da
aplicação desses princípios ao texto bíblico.
- Hermenêutica: o estudo dos princípios e
métodos de interpretação. O termo muitas vezes refere-se a
uma perspectiva teológica específica que pode nortear a
interpretação (por exemplo: hermenêutica da
libertação, feminista, reformada).
- A obra exegética de Calvino.
- A vasta produção literária de Calvino preenche 59
grossos volumes da coleção conhecida como Corpus
Reformatorum. As Institutas em suas várias
edições ocupam quatro volumes. Cinco ou seis volumes contém
os escritos ocasionais e outros onze a correspondência de
Calvino.
- Do restante, nada menos de 35 correspondem a suas obras bíblicas, que
incluem os comentários, provavelmente baseados em
preleções, sobre todo o Novo Testamento, exceto 2 e 3 João
e Apocalipse, e sobre o Pentateuco, Josué, Salmos e Isaías.
Mickelsen: "Calvino era basicamente um intérprete bíblico e
somente em segundo lugar um teólogo" (Interpreting the Bible, 39).
- A estes devem acrescentar-se transcrições palavra por palavra
de suas preleções sobre todos os Profetas e dos
sermões em que fez a exposição, versículo por
versículo, de Gênesis, Deuteronômio, Juízes, 1 e 2
Samuel, Jó, quase todos os Profetas, alguns Salmos, parte de uma harmonia
dos Evangelhos, Atos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, 1
e 2 Tessalonicenses, as Epístolas Pastorais e Hebreus.
- As Institutas e os comentários bíblicos de Calvino
complementam-se de maneira interessante. Tradicionalmente, a
exposição do Novo Testamento havia seguido duas abordagens
interpretativas: a exegese de palavras e expressões ou a
interpretação do sentido geral das passagens. A primeira era
preferida pelos expositores escolásticos e a segunda pelos escritores do
renascimento. Neste último caso, os temas mais importantes de uma
passagem eram extraídos e desenvolvidos como artigos separados. Esses
temas eram chamados de "tópicos" ou "lugares" (topoi,
loci). Aqueles extraídos de um livro inteiro ou de toda a
Bíblia eram denominados "loci communes" (lugares comuns).
- Assim sendo, Calvino escreveu seus comentários seguindo o antigo
método da exposição direta do texto com sua exegese
concomitante, e reuniu os loci communes em uma obra separada, a segunda
edição e edições subseqüentes das
Institutas. Ele diz o seguinte nas suas palavras introdutórias ao
leitor na edição de 1539:
... se no futuro eu
publicar quaisquer comentários sobre as Escrituras, irei sempre
condensá-los e mantê-los breves, pois não precisarei fazer
longas discussões doutrinárias ou desviar-me para loci
communes. Dessa maneira o leitor piedoso evitará muito incômodo
e tédio, contanto que se acerque [dos comentários] previamente
munido do conhecimento da presente obra como um instrumento necessário"
(CO 1, 255/6).
- Desse modo, as Institutas estão fortemente relacionadas
não somente com as Escrituras, mas também com os
comentários de Calvino sobre as Escrituras. A propósito, a
estrutura das Institutas segue o Credo dos Apóstolos, sendo os
loci communes agrupados em quatro livros:
Livro I
– Sobre o Conhecimento de Deus o Criador
Livro II – Sobre o Conhecimento de Deus o Redentor em Cristo,
que foi primeiro revelado aos pais sob a Lei e depois também a nós
no Evangelho.
Livro III – Sobre o Modo como a Graça de Cristo deve
ser recebida; que Frutos nos vem dela e que Efeitos resultam.
Livro IV – Sobre os Meios e Auxílios externos pelos
quais Deus nos convida para a Sociedade de Cristo e nos mantém
nela.
- A primeira edição das Institutas surgiu em 1536;
edições ampliadas vieram a lume em 1539 e 1541 e
alterações mais profundas a partir de 1543, mas a obra só
atingiu sua forma final em 1559. Durante essas duas décadas, Calvino
esteve imerso na exposição e pregação da
Bíblia. Ele também gastou um tempo considerável estudando
os grandes teólogos da igreja, como Agostinho, Ambrósio, Cipriano,
Teodoreto, João Crisóstomo e outros.
- John Rogerson sobre Calvino: "Seus comentários, escritos com
erudição, sensibilidade e clareza, foram as mais elevadas
contribuições nesse gênero feitas por qualquer líder
da reforma" (Rogerson, Rowland e Lindars, The Study and Use of the Bible,
87). Gerald Bray: "Calvino pode ser chamado "o pai da moderna
erudição bíblica" (Biblical Interpretation, 177).
- Philip Schaff: "Calvino foi um gênio exegético de
primeira grandeza. Seus comentários são incomparáveis
quanto a sua originalidade, profundidade, perspicácia, equilíbrio
e valor permanente... Reuss, o principal editor das obras [de Calvino] e ele
mesmo um eminente erudito bíblico, diz que Calvino foi ‘acima de
qualquer dúvida o maior exegeta do século dezesseis" (Kaiser e
Silva, An Introduction to Biblical Hermeneutics, 253).
- Cronologia dos comentários: Novo Testamento: 1539-51 –
epístolas (Romanos, 1539; I-II Coríntios, 1546-47); 1553-57
– Evangelho de João, Atos, harmonia dos sinóticos; 1557
– revisão da edição completa das epístolas
paulinas. Velho Testamento: 1550 em diante, especialmente após 1557. Os
comentários do V.T. são em grande parte transcrições
de preleções feitas na escola de teologia (Calvino foi um preletor
bíblico durante toda a sua estadia em Genebra). Além das
preleções e sermões, as Escrituras também eram
expostas nas "congregações," reuniões semanais em que os
pastores se revezavam na interpretação dos livros da
Bíblia.
IV. Pressupostos.
- A autoridade das Escrituras. A prova última da
autoridade das Escrituras é que o próprio Deus se dirige a
nós nos documentos bíblicos (Inst., 1.7.1). Na
Bíblia, os crentes têm um encontro pessoal com Deus que os convence
da verdade da mensagem nela contida.
- A necessidade de iluminação. O testemunho
interno do Espírito Santo: "a palavra nunca terá crédito
nos corações humanos até que seja confirmada pelo
testemunho interno do Espírito" (1.7.4). A fé nas Escrituras e a
interpretação das Escrituras caminham juntas. Portanto, o exegeta
deve aproximar-se das Escrituras com reverência e humildade.
- O objetivo da interpretação. A
edificação da igreja. A exegese deve produzir fruto e ser
útil. Carta a um pastor de Orléans: "Em todos os seus estudos,
tome cuidado para não ficar meramente buscando entretenimento, mas
trabalhe com o propósito de ser útil à igreja de Cristo." A
exegese não pode ser alienada, mas envolve participação
direta na vida e nas lutas da igreja.
- A Escritura é sua própria intérprete:
essa era uma expressão favorita de Calvino. A aplicação
deste pressuposto era facilitada pelo grande conhecimento bíblico do
próprio Calvino e sua memória privilegiada.
- O alto conceito de Calvino sobre a inspiração não o fez
ignorar os fenômenos do texto. Ele observou as diferenças de estilo
dos autores humanos e concluiu, por exemplo, que II Pedro não foi escrita
pelo autor de I Pedro. Ele também reconheceu certas imprecisões em
questões menores, como em Mt 23.35 (Zacarias, filho de Baraquias x 2 Cr
24:20-22: filho de Joiada; ver Zc 1.1), Mt 27.9 (profeta Jeremias; devia ser
Zacarias, ver Zc 11.12-13), At 7.16 (Abraão; devia ser Jacó; ver
Gn 23.16; Js 24.32).
V. Princípios
hermenêuticos.
- A correspondência de Calvino mostra que ele estudou cuidadosamente os
diferentes métodos de interpretação utilizados por Lutero,
Melanchton, Bucer, Zuínglio, Ecolampádio e outros. Ele expressou
suas idéias sobre a tarefa do exegeta bíblico em uma carta que
escreveu a Simão Gryneus em 1539, como dedicatória do seu
comentário de Romanos.
- Brevidade e clareza: o traço distintivo do
método exegético de Calvino é a "brevidade lúcida"
(brevitas et facilitas), ou seja, a busca do sentido "comum" ou "simples"
do texto (Neuser, Calvinus Sacrae Scripturae Professor, 94-95). Nesse
aspecto, Calvino nutria grande admiração pelo pregador e expositor
bíblico do quarto século João Crisóstomo (+407). A
tarefa do expositor é aclarar a intenção do autor
bíblico, e não obscurecê-la com comentários prolixos,
refutação de opiniões divergentes, etc. (como Bucer e
Melanchton). O objetivo maior é a edificação dos
fiéis e da igreja.
- A intenção do autor: na carta a Gryneus, Calvino
diz que o maior dever do exegeta é tornar compreensível o sentido
do autor que ele está explicando. Isso envolvia a
investigação da linguagem distintiva de cada autor (e assim um
sólido conhecimento das línguas originais), bem como das
circunstâncias históricas, geográficas e sociais (a
situação do autor). Por exemplo, ao comentar os salmos, ele
analisava cuidadosamente as ocasiões e instituições
cúlticas que estariam por detrás dos mesmos. Calvino também
dá muita importância ao estudo do contexto: muitos problemas
exegéticos podem ser explicados quando o intérprete investiga o
contexto de uma passagem. Interpretação
histórico-gramatical.
- Ênfase no sentido literal: como Lutero e outros
reformadores, Calvino insistiu no sentido literal da Escritura como a
única base adequada para a exegese. Em seu comentário de
Gálatas 4.21-26, ele afirma que introduzir sentidos múltiplos na
Escritura (alegorização) é um "artifício de
Satanás." Na introdução ao seu comentário de
Romanos, ele adverte: "É uma audácia próxima do
sacrilégio usar as Escrituras ao nosso bel-prazer e jogá-las como
uma bola de tênis, o que muitos já fizeram... A primeira tarefa do
intérprete é deixar o autor dizer o que ele diz, ao invés
de atribuir-lhe o que achamos que deveria dizer." Esse princípio levava
Calvino a ser muito cauteloso quanto às interpretações
cristológicas do Velho Testamento. Bons exemplos são seus
comentários de Gn 3.15 (luta entre Satanás e a humanidade) e do
Salmo 2 (referência a Davi). Ele entendia que as referências
messiânicas nos Salmos são em geral tipológicas antes que
proféticas.
- Rejeição do literalismo: Calvino preocupa-se em
ir além das palavras bíblicas literais para encontrar a verdadeira
intenção do autor divino. Ele faz isso, por exemplo, em
relação aos Dez Mandamentos: "Em minha opinião, é
melhor considerar qual é a ocasião da lei e qual é o seu
objetivo; para cada mandamento precisamos considerar porque ele nos foi dado"
(Inst., 2.8.8). Por exemplo, o sexto mandamento, "Não
matarás," requer qualificações. Existem ocasiões em
que matar não é errado e a própria Bíblia fornece
muitos exemplos disso. Um literalismo estrito nesse caso seria infiel ao sentido
geral da Bíblia como um todo. Um problema especial consiste na linguagem
metafórica, como ocorre nas palavras de instituição da Ceia
do Senhor. Na metáfora contida na expressão "Isto é o meu
corpo," o "nome do sinal visível é colocado lado a lado com a
coisa que é representada no sinal" (Inst., 4.17.21).
- Interpretação cristológica: a
interpretação cristológica da Escritura deve ser
histórica bem como teológica. Neste aspecto, Calvino rompeu com a
interpretação espiritual do passado e até mesmo com a
idéia de Lutero de ver "Cristo em toda a Escritura." Para ele, Cristo era
o cumprimento do Velho Testamento e o tema do Novo Testamento, mas isso
não significava que todo versículo necessariamente continha alguma
referência oculta a ele. A abordagem de Calvino é mais sutil: o
intérprete deve relacionar cada passagem da Escritura com Cristo,
qualquer que seja o sentido primário da mesma.
- Apelo à tradição exegética da
igreja: os reformadores opuseram-se à autoridade da
tradição e da igreja, mas somente até onde essa autoridade
usurpava a autoridade da Escritura. Calvino não teve igual no
século dezesseis como expositor bíblico, mas não tinha a
ilusão de que poderia ignorar mil e quinhentos anos de
tradição exegética e aproximar-se da Bíblia isento
da influência do passado. Ele valoriza de maneira especial a
interpretação bíblica da igreja antiga (Crisóstomo,
Agostinho, etc.).
- Utilização do conhecimento secular: Calvino era
um homem da renascença e teve aprimorada educação em
humanidades. Conhecia os melhores métodos de análise
filológica e literária disponíveis na sua época.
Colocou sua erudição clássica a serviço da
interpretação bíblica e da reflexão
teológica. Ele assim se expressou nas Institutas: "Os homens que
sorveram ou apenas provaram as artes liberais, com o seu auxílio penetram
muito mais profundamente nos segredos da sabedoria divina" (1.5.2). "Se o Senhor
quer que sejamos auxiliados pela física, dialética,
matemática e outras disciplinas semelhantes, pela obra e
ministério dos ímpios, utilizemos essa assistência"
(2.2.16). O que permite a Calvino usar o conhecimento secular é o seu
conceito de graça comum. O Espírito de Deus é a
fonte de toda verdade e por isso não devemos desprezá-la,
não importa onde surja. Portanto, ele fez uso de todos os campos de
estudo existentes na época: linguística hebraica e grega,
geografia, estudos clássicos, medicina e filosofia.
- Exegese, teologia e pregação: a
interpretação bíblica de Calvino passa por três fases
distintas mas correlatas – exegese (comentários), dogmática
(Institutas) e pregação (sermões). A exegese
é logicamente a primeira; a dogmática representa a estrutura na
qual a exegese deve ser interpretada; e a pregação é a
aplicação da exegese e da dogmática à vida
diária.
- Exegese e teologia: Calvino é um notável exemplo
da integração que deve haver entre a teologia e a
interpretação bíblica. Moisés Silva opina que tanto
a exposição bíblica quanto a teologia sistemática de
Calvino são excepcionais porque estão relacionadas entre si (An
Introduction to Biblical Hermeneutics, 260). Nesse sentido, é
especialmente importante o conceito da soberania de Deus. O senso de
deslumbramento de Calvino pela majestade e pelo poder de Deus sobre toda a
criação permeia toda a sua teologia de maneira profunda.
- Calvino e Lutero como exegetas: (a) Calvino é um
comentarista muito mais sistemático; seu objetivo é elucidar o
texto bíblico, geralmente versículo por versículo. (b) Ele
é mais erudito que Lutero, tanto no seu uso do hebraico quanto em sua
acuidade teológica. (c) Está mais disposto a esclarecer detalhes
do texto com o auxílio do conhecimento secular. (d) Maneja melhor a
literatura, vendo-a à luz da filosofia e da ciência natural.
(Rogerson, Rowland e Lindars, The Study and Use of the Bible, 87).
VI. Bibliografia utilizada.
- Gerald Bray, Biblical Interpretation: Past and Present. Downers
Grove, Illinois; Leicester, Inglaterra: Intervarsity, 1996.
- Walter C. Kaiser e Moisés Silva, An Introduction to Biblical
Hermeneutics: The Search for Meaning. Grand Rapids: Zondervan, 1994.
- Hans-Joachim Kraus, "Calvin’s Exegetical Principles,"
Interpretation 31, nº 1 (Jan 1977): 8-18.
- A.B. Mickelsen, Interpreting the Bible. Grand Rapids: Eerdmans, 1963.
- Wilhelm H. Neuser, ed., Calvinus Sacrae Scripturae Professor: Calvin as
Confessor of Holy Scripture. Grand Rapids: Eerdmans, 1994.
- T.H.L. Parker, Calvin: An Introduction to his Thought. Louisville,
KY: Westminster/John Knox, 1995.
- John Rogerson, Christopher Rowland e Barnabas Lindars, The Study and Use
of the Bible. Basingstoke, Inglaterra; Grand Rapids: Marshall Pickering/
Eerdmans, 1988. Vol. 2 in Paul Avis, ed., The History of Christian
Theology.
- C. Schwöbel, "Calvin," in A Dictionary of Biblical
Interpretation, eds. R.J. Coggins e J.L. Houlden. Londres,
Filadélfia: SCM/Trinity, 1990.
- Moisés Silva, Has the Church Misread the Bible? The History of
Interpretation in the Light of Current Issues. Grand Rapids: Zondervan,
1987.
- Henry A. Virkler, Hermeneutics: Principles and Processes of Biblical
Interpretation. Grand Rapids: Baker, 1981.
Outras
obras:
P.R. Ackroyd et al., eds., The Cambridge History of the Bible, 3
vols.
Cambridge University Press, 1963-70.
Daniel P. Fuller, "Interpretation, History of," International Standard
Bible
Encyclopedia 2.863-74.
Richard C. Gamble, "Brevitas et Facilitas: Toward an Understanding of
Calvin’s Hermeneutic," Westminster Theological Journal 47
(1985): 1-17. "Exposition and Method in Calvin," WTJ 49 (1987):
153-65.
Robert M. Grant, A Short History of the Interpretation of the Bible.
Filadélfia:
Fortress, 1984.
K. Grobel, "Interpretation, History and Principles of,"
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Dictionary of the Bible 2:718-24, vol. supl., 436-56.
T.H.L. Parker, "Calvin the Biblical Expositor," The Churchman 78
(1964):
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______, "Calvin the Exegete: Change and Development," in Calvinus
Ecclesia Doctor, ed. W. Neuser (Kampen: Kok, 1978).
______, Calvin’s New Testament Commentaries (G. Rapids:
Eerdmans, 1971).
______, Calvin’s Old Testament Commentaries (G. Rapids:
Eerdmans, 1986).
______, Calvin’s Preaching (Grand Rapids: Eerdmans,
1992).
Thomas F. Torrance, The Hermeneutics of John Calvin. Edimburgo:
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